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A fabricante portuguesa de câmaras climáticas Aralab, com sede em Rio de Mouro, Sintra, fechou 2021 com um volume de negócios a rondar os 15 milhões de euros, traduzindo-se num crescimento homólogo de 50%. Foi o melhor ano de sempre, com mais de 80% das vendas a serem geradas fora de Portugal. Em 2022, a ambição é continuar a crescer, assumindo dois desafios: consolidar as vendas nos Estados Unidos e Canadá e passar a ter representação própria noutros países da Europa para vender diretamente aos clientes.
“2021 foi o nosso melhor ano de sempre e o objetivo é continuar a crescer. Há, agora, alguns desafios que estamos a iniciar e queremos consolidar em 2022”, afirma ao Dinheiro Vivo Luís Branco, administrador da empresa.
“A Aralab tem cerca de 40 distribuidores nos diferentes mercados internacionais, sendo que em alguns vende diretamente através da sua própria equipa comercial. O objetivo para 2022 é alargar esta rede de distribuidores ao mercado norte-americano e passar a vender diretamente em alguns países, nomeadamente naqueles onde as nossas vendas têm mais significado”, resume Luís Branco.
A abordagem aos EUA visa também o Canadá. O gestor explica que em ambos os países a “empresa tem alguma presença, mas muito residual”, com as vendas a surgirem hoje através de feiras e outros eventos empresariais.
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O terreno para angariar parceiros para a distribuição das câmaras climáticas na América do Norte já está a ser preparado, prevendo-se que até ao final de março as questões burocráticas estejam concluídas – sobretudo as certificações técnicas. Então aí, a empresa poderá “passar para a ação comercial e iniciar atividade regular” no continente americano.
Outro desafio que está a “entusiasmar” é a vontade de criar delegações próprias em alguns países da Europa onde a instituição tem receitas significativas. “Até agora, a Aralab tem sido apenas uma empresa exportadora, sem rede comercial instalada”, comenta o administrador. Este ano, a empresa quer começar a instalar-se em alguns mercados criando “representações próprias”.
O primeiro país a receber uma representação em nome próprio poderá ser a Alemanha – principal mercado em 2021 -, mas a empresa ainda está a avaliar se tal passo será naquele ou noutro mercado europeu. A companhia também está a estudar se entrará sozinha ou se a delegação surge na sequência de uma parceria mais profunda, ou mesmo se a Aralab “adquire um player local”. A ideia é “ambiciosa”, mas o objetivo é passar à ação já em 2022.
Criada em 1985 pelos irmãos e engenheiros João e Eduardo Araújo, a Aralab é a única empresa portuguesa de produção e distribuição de câmaras climáticas. A unidade detém outras quatro companhias – Concessus (para equipamentos no setor da saúde); Bluestabil (para serviços na indústria farmacêutica) e Grow to Green (para a área de indoor farming).
Ao todo, a Aralab conta com 90 trabalhadores, um número que deverá subir para mais de cem até ao fim do ano. O gestor prevê a entrada de “entre 15 e 20” pessoas.
A fabricante de câmaras climáticas tem clientes em Portugal, mas Luís Branco explica que a procura por este tipo de produto tem origem, “essencialmente”, no estrangeiro. A Aralab exporta hoje para 60 países, como Espanha, Reino Unido, França ou Alemanha, bem como China, Nova Zelândia, Austrália, Paquistão ou Jordânia. Portugal “acaba por ter pouco peso” – em 2021, “foi o quarto mercado”, mas continua a ser “importante e crítico”, segundo Luís Branco, por ser o país de origem, onde há “maior interação com clientes” e onde testam as inovações.
No último ano, a Alemanha foi o primeiro mercado de exportação da Aralab, seguindo-se Espanha e Reino Unido. A procura pela Aralab nestes países foi notória na área da indústria e, no caso de Espanha, na área da biotecnologia. Segundo Luís Branco, as vendas também “cresceram muito no mercado asiático”, sobretudo na China.
Da receita de 15 milhões, “cerca de 85%” teve origem fora de Portugal. O administrador da Aralab revela que a empresa produziu 350 câmaras – cada uma pode custar entre 300 e 400 mil euros. E garante que a companhia “continua rentável”, com uma “margem de EBITDA de 20%”. A previsão para 2022 é que as vendas cresçam a “um menor ritmo”, entre 10% a 15%.
Explicando que as câmaras climáticas têm aplicação no setor farmacêutico, na indústria automóvel e da aeronáutica, na investigação académica e em áreas como a biotecnologia, Luís Branco garante que a Aralab é hoje uma referência ibérica e um player mundial.
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