//Portuguesa Bluepharma investe 200 milhões, cria novas patentes e entra nas vacinas

Portuguesa Bluepharma investe 200 milhões, cria novas patentes e entra nas vacinas

É uma aposta forte para uma empresa portuguesa que custa 200 milhões de euros até 2030 e promete abrir novos caminhos. A Bluepharma celebra 20 anos com um plano ambicioso de crescimento para a década que agora começa. A farmacêutica que nasceu em Coimbra em 2001 com 58 funcionários, está agora a expandir a fábrica na cidade onde tudo começou após ter adquirido novos terrenos e espera ter mil trabalhadores no país até 2025 (atualmente têm 750), sendo que a transformação digital que começou em 2019 já implicou o investimento até ao ano passado de quatro milhões de euros.

Numa altura em que o mercado de vacinas mundial está ao rubro, com a crescente necessidade de aumentar a produção devido à covid-19 (mas não só), o CEO e cofundador Paulo Barradas Rebelo anuncia ao Dinheiro Vivo que também vão entrar na área dos injectáveis “que é mais complexa em termos de produção”, depois de duas décadas em que a empresa se distinguiu nas cápsulas e comprimidos e onde tem licenciado várias patentes.

Como tudo começou

O farmacêutico Barradas Rebelo criou a empresa em conjunto com alguns colegas após o encerramento da fábrica da alemã Bayer em Coimbra em 2000, adquirindo as instalações e começando aí um percurso que procurou reavivar “os tempos em que Portugal teve o melhor que havia na área farmacêutica, nos anos 1970 e 1980, com empresas relevantes com fábricas por cá já que os medicamentos só eram comparticipados às empresas que investiam no país, o que trouxe conhecimentos”.

Hoje o Grupo Bluepharma “é uma referência na área dos genéricos, algo que veio democratizar o consumo de medicamentos e que permite a Portugal poupar mil milhões de euros anuais”, explica o responsável. A empresa tem tido um crescimento anual a rondar os 20% e já exporta para mais de 40 países um volume de 200 milhões de euros graças a dezenas de medicamentos genéricos que servem mais de mil milhões de pessoas. O volume de negócios já ronda os 65 milhões de euros por ano, mas 80% é para exportação, sendo França e Alemanha os principais mercados, mas os Estados Unidos aquele que mais cresce.

“Desde 2009 que fomos muito arrojados, certificámos a empresa para a FDA nos EUA (onde temos já 10 medicamentos registados) e somos a empresa em Portugal para produzir cápsulas fábrica e comprimidos”, explica Barradas Rebelo. Nesta altura têm cerca de 50 medicamentos diferentes em produção – “quase todos com grande sucesso na área do desenvolvimento farmacêutica” – e muitos em desenvolvimento, daí que queiram continuar apostar mais na investigação “para captar a atenção dos parceiros lá fora de forma a colocaram cá a sua produção de medicamentos”.

O gestor admite que numa indústria como a farmacêutica tem sido “fundamental cumprir prazos e requisitos de qualidade” e só isso tem permitido ter 90% da produção da empresa ser feita para farmacêuticas internacionais, o que inclui 100 clientes internacionais da indústria. Quais? “Não podemos revelar.