Partilhareste artigo
Os portugueses pagaram 2 928 milhões de euros por telecomunicações, entre janeiro e setembro. O valor representa um crescimento de 6% face aos primeiros nove meses de 2022, de acordo com dados divulgados na quinta-feira pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
Relacionados
Os cerca de três mil milhões de euros desembolsados correspondem às receitas retalhistas totais das empresas de telecomunicações, até setembro. O elevado nível de faturação das telecom em 2023 estará diretamente relacionado com a subida de preços até 7,8% (em linha com a inflação de 2022) imposta por Meo, NOS e Vodafone no início do ano. Para 2024, embora ainda não tenham revelado em quanto, os operadores deverão aplicar novos aumentos de preços.
De acordo com os dados do regulador, 51,8% dos 2,9 mil milhões tem origem nos serviços em pacote (1 517 milhões de euros). As receitas dos serviços em pacote cresceram 8,9%, em termos homólogos, refletindo “o maior crescimento anual desde 2016”. As ofertas 4P (combina televisão, telefone fixo, Internet e Internet móvel) e 5P (adiciona ainda banda larga móvel para PC ou tablet) correspondem a mais de dois terços (66,9%) do total da faturação com os pacotes.
Em média, cada assinante (segmento residencial e empresarial) de uma oferta em pacote pagou 36,72 euros (sem IVA), valor que equivale também ao maior crescimento anual desde 2016 (+5,7%). A maior parte do crescimento das receitas com ofertas em pacote partiu dos clientes 4P e 5P. Nesses casos, a receita média mensal foi de 45,21 euros (+4,7%), enquanto nas ofertas 3P cada cliente pagou, em média, 28,72 euros (+4,5% face a 2022).
Ao valor global pago por serviços em pacotes, somam-se mil milhões de euros pagos pelos portugueses em serviços móveis. As receitas dos serviços móveis cresceram 3,4% face aos primeiros nove meses de 2022. Em serviços fixos isolados, os operadores faturaram 344 mil euros (+0,2% em termos homólogos).
Subscrever newsletter
Já no final do primeiro semestre, a Anacom registara o maior aumento anual das receitas dos operadores com pacotes (8,8%), marco entretanto superado. Depreende-se que os operadores nunca faturaram tanto como agora.
Serviços em pacote preponderantes
Em cada 100 famílias portuguesas, 93 assinam pelo menos um pacote de serviços. Pelas contas da Anacom, há 4,629 milhões de serviços em pacote subscritos, mais 2,6% do que há um ano. 2,5 milhões assinam pacotes 4P ou 5P, o que representando 55% dos clientes dos serviços em pacote. As tradicionais ofertas 3P (televisão, telefone fixo e internet) representavam, no final de setembro, 36,2% do total (1,7 milhões de subscritores) e havia apenas 404 mil subscritores de ofertas 2P.
Quanto às ofertas isoladas ou 1P, A Anacom 12,8 milhões de acessos a serviços móveis não integrados em pacotes, o que se traduz na “maior diminuição anual [-7,8%] desde que se recolhe esta informação (2018)”. Já o número de acesso a serviços fixos não integrados em pacotes foi de 813 mil, menos 1,5% do que há um ano.
“As ofertas isoladas ou 1P de serviços fixos representaram 15% dos acessos fixos”, segundo a Anacom, enquanto as ofertas em pacote correspondem a 85% do total dos acesso fixos. Nos acessos móveis, as ofertas isoladas ou 1P representaram 68,4% do total dos acesso a serviços móveis.
“Restringindo a análise ao segmento residencial e aos principais prestadores, estima-se que, em julho de 2022, as ofertas isoladas representariam 1% do total dos subscritores residenciais de banda larga fixa, 3% do total de subscritores residenciais de TV por subscrição e 5% do total dos subscritores residenciais de serviço telefónico em local fixo”, de acordo com o regulador.
Meo é o operador com mais assinantes e maior quota de receitas
Segundo os dados da Anacom, no final de setembro, a Altice Portugal, através da Meo, tinha a maior quota de subscritores de serviços em pacote (41,4%), bem como a maior quota de receitas em serviços em pacote (41,2%).
“A Meo foi o prestador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (41,4%), seguindo-se o grupo NOS (35,3%), a Vodafone (20,5%) e a NOWO (2,8%)”, lê-se. Aliás, a Meo apresentou “a maior quota de subscritores em todos os tipos de oferta: 2P (45,3%), 3P (39,3%) e 4/5P (42,1%)”.
“A Meo apresentou igualmente a quota de receitas de serviços em pacote mais elevada (41,2%), seguindo-se o grupo NOS (40,4%), a Vodafone (16,7%) e a Nowo (1,6%).
Deixe um comentário