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A pandemia do novo coronavírus já se está a fazer sentir no mercado imobiliário português. O preço das casas caiu 2,1% em setembro face ao mês anterior, naquela que é a primeira descida em cadeia desde setembro de 2015, avança a Confidencial Imobiliário.
A quebra no preço de venda dos imóveis em Portugal continental vem colocar um travão na tendência de estabilização registada desde o início da crise sanitária.
O Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário revela que esta descida verificada agora em setembro é também uma das quedas mais acentuadas desde 2007 (ano em que se inicia a crise financeira mundial), apenas superada pela variação negativa de 2,2% verificada em maio de 2011.
Para estas contas, importa realçar que, nestes últimos anos, registaram-se outras variações negativas, mas muito residuais, que não foram além de -0,3%.
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“A descida registada agora em setembro só terá um significado em função da evolução que se venha a observar nos próximos meses”, diz Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, que lembra que “esta redução repõe os preços no mesmo patamar de março de 2020.
Crescimento trava a fundo
Os preços das casas subiram 7,9% em setembro face ao mesmo mês de 2019, mas denotando uma “clara travagem” quando comparado com agosto, período em que cresceram 11,7%.
Segundo a Confidencial Imobiliário, “o ritmo de crescimento homólogo dos preços em setembro fica a menos de metade do início do ano, quando tal valorização atingia os 17,4%”. O abrandamento deste indicador é uma tendência que se tem vindo a registar nos últimos meses.
Para Ricardo Guimarães, “é normal haver expectativas de descida nos preços, em face da crise económica e social em curso. Mas é igualmente admissível que, conforme sucedeu até agora, o mercado opte por resistir e aguardar por informação quanto à resolução da pandemia”.
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