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O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, criticou esta segunda-feira o debate em torno dos denominados lucros excessivos na banca, defendendo que o setor esteve durante 15 anos a perder dinheiro.
“Por ter estado durante quase 15 anos a perder dinheiro é que agora de repente toda a gente se preocupa pelo facto do setor [financeiro] estar a ganhar dinheiro. Aquilo que o setor está a ganhar é apenas uma remuneração normal”, disse Vítor Bento, durante uma intervenção na conferência “por onde vai a economia portuguesa”, em Lisboa.
Na conferência organizada pela SEDES e pela Ordem dos Economistas, o responsável da APB salientou que em 2022 – “o ano de rentabilidade mais elevada do setor nos últimos 15 anos” -, a rentabilidade média do setor foi cerca de 9%, que corresponde ao custo do capital (estimado em cerca de 8% a 10%).
“Não há certeza que este nível de rentabilidade que ocorre por ocorrências especificas seja sequer sustentável, seja sequer duradouro. O reflexo da dúvida sobre essa rentabilidade está na cotação dos bancos que são cotados, que é significativamente abaixo do valor contabilístico dos bancos”, afirmou.
Para Vítor Bento, isto significa “que os investidores estimam que os bancos ainda estão afastados de conseguir obter rentabilidade suficiente para remunerar o custo de capital que custa aos acionistas”.
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O presidente da APB sublinhou ainda que o setor financeiro está “resiliente, capacitado, tem um balanço mais sólido, capital mais elevado e mais consistente”, pelo que argumento que “é o menor dos problemas” com que os portugueses se devem preocupar.
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