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Portugal entrou no lote mundial dos produtores de café. A novidade foi apresentada esta segunda-feira pela Delta, que anunciou assim o lançamento do primeiro café luso, totalmente produzido nos Açores. O novo produto, que dá pelo nome de “Impossible Coffe” nasce de um projeto cujos primeiros passos se iniciaram em 2019, com a assinatura de um protocolo entre a Delta, a Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC) e o Governo Regional dos Açores.
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Como explica Rui Miguel Nabeiro, no início foi levado a cabo um estudo muito alargado sobre o potencial da produção de café nos Açores. “Primeiro tínhamos que saber antes de produzir e foi isso que fizemos”, detalha o CEO da Delta.
O resultado desse trabalho de campo – que contou com a colaboração de especialistas que estudaram os solos, o clima e o ambiente das ilhas açorianas – culminou agora com a apresentação deste novo café. Que ainda é produzido em pequenas quantidades e que, de acordo com Rui Miguel Nabeiro não será vendido em grandes superfícies, limitando-se a sua comercialização às lojas Coffee House Experience da Delta. “Não é algo que vamos conseguir vender em supermercado, porque estamos a falar de lotes pequenos, que vamos comprando ao longo do tempo”.
O responsável frisou, ainda, que a prioridade da empresa que comanda é, sobretudo, a de apoiar os agricultores açorianos. “Em nenhum momento nós obrigamos ninguém a ter de nos vender. Não há aqui uma troca comercial direta. Na verdade, nós também seremos comercialmente compradores de um potencial café dos Açores que seja interessante”, afirmou.
Para que fosse possível o lançamento deste café dos Açores, contou-se com mais de 1200 horas de trabalho no terreno e com o envolvimento de 11 instituições. Ao todo foram mais de 80 os produtores impactados em ações de capacitação e workshops e estão em estudo seis novas variedades de café.
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Sem avançar valores para este trabalho, o CEO da Delta afirmou que foi investido muito dinheiro, que é “o suficiente para conseguirmos fazer este caminho e para conseguimos chegar a 500 produtores” num prazo de cinco anos.
Por seu turno, o presidente do Governo Regional dos Açores está convencido do sucesso do novo café. Tanto que acredita que “um dia o café poderá ter tanta relevância como já tem o chá”. “Não pela qualidade, não pela quantidade, mas, basicamente, pelo produto agroalimentar. E, nessa matéria, tenho muita confiança que o café será um sucesso”, afirmou José Manuel Bolieiro que está confiante nos resultados futuros – social, económico e cultural – do café dos Açores.
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