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Cerca de 1200 alunos vão, durante este ano letivo, ter acesso ao ensino da computação no âmbito do projeto ZER01, desenvolvido pela NOS e pela associação ENSICO, que pela primeira vez envolve professores das escolas.
Depois de um primeiro ano em que 400 alunos do primeiro e segundo ciclos receberam semanalmente aulas de computação, o projeto triplicou o seu impacto.
“A nossa ambição tem vindo a ser cumprida. Até fomos além, porque tínhamos como objetivo chegar aos mil alunos e vamos chegar aos 1.200” neste segundo ano de implementação do projeto, afirmou à agência Lusa o presidente da ENSICO, Luís Neves.
O projeto privilegia a intervenção em zonas geograficamente descentralizadas e com maiores desafios socioeconómicos e, neste ano letivo, abrange 54 turmas do primeiro e segundo ciclos de escolas dos agrupamentos de Arcos de Valdevez, Bragança, Gondomar, Vila do Conde, Mirandela e São João da Pesqueira.
“Estamos, pela primeira vez dentro do nosso plano de ação, a envolver professores das próprias escolas. Temos vindo a criar um programa curricular para que o ensino da computação venha a fazer parte do ensino obrigatório”, avançou Luís Neves.
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Segundo o responsável, são “maioritariamente professores do primeiro ciclo e de Matemática, mas também estão envolvidos outros, como, por exemplo, de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação)”.
“Estamos a validar tudo no terreno. Ao mesmo tempo que estamos a construir (o programa curricular), estamos a validá-lo com alunos, com professores e com as escolas”, acrescentou.
Luís Neves explicou que, depois, “qualquer professor pode, de acordo com aquilo que combinar com o seu conselho diretivo, participar em todo este processo e começar também a dar as aulas”.
“Nós formamos e acompanhamos estes professores no sentido de, mais uma vez, validarmos se tudo isto pode servir para que o projeto venha a ser implementado à escala nacional. E também queremos perceber a própria apetência dos professores”, explicou, sublinhando a adesão e o entusiasmo que estes têm demonstrado.
A ambição do projeto é, no ano letivo de 2024/2025, abranger três mil alunos e, futuramente, ser implementado em todas as escolas do país.
“Terá de passar por uma decisão, que nós esperamos que aconteça a partir de 2025, que envolva o Governo. Nós temos estado a ter conversações, mas ainda há trabalho a fazer”, afirmou o cofundador da ENSICO, associação que defende o ensino da computação para todos os estudantes do ensino básico e secundário.
Luís Neves contou que o ensino da computação está cada vez mais a entrar como oferta complementar das escolas: “foi um passo dado com os conselhos diretivos das escolas e estão a surgir decisões de autarquias”, como Cascais e Porto.
“Tudo isto somado é o que pretende depois ajudar a que seja tomada uma decisão a nível central, governamental, que beneficiará de estar tudo feito, que todo o modelo de escala para cobrir o território nacional esteja validado e testado para que a decisão seja mais simples de tomar”, frisou.
A diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da NOS, Margarida Nápoles, frisou o “poder do ensino da computação para melhorar desenvolvimento cognitivo das crianças e jovens e para estimular a descoberta de novos interesses e competências”.
“Para a NOS, esta é uma aposta de futuro e por essa razão temos a ambição de continuar a fazer crescer o projeto ZER01, sendo nosso objetivo chegar aos três mil alunos já no próximo ano letivo”, acrescentou.
Segundo a ENSICO, “o pensamento computacional inclui a abstração, a decomposição, o reconhecimento de padrões, a análise de algoritmos e o desenvolvimento de processos, de forma integrada”.
Neste âmbito, contribui “para uma melhor capacidade de aprendizagem de outras matérias fundamentais, como a matemática e a língua portuguesa, e para a melhoria do desempenho escolar dos alunos”.
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