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A administração da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INMC) apresentou uma nova contraproposta, para aumentos progressivos de 80 euros para quem ganha menos e de 53 euros para salários mais elevados, mas os sindicatos consideram que “divide” os trabalhadores.
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Em declarações à Lusa, Ricardo Neves dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA), deu conta do resultado da reunião, depois de as estruturas sindicais terem pedido uma atualização salarial de 80 euros para todos.
“Chegamos a esta fase e vem hoje a administração apresentar uma proposta, uma quinta proposta, que nos surpreendeu, porque vem no sentido contrário” do que estavam à espera. “Tínhamos chegado a um ponto de aumento salarial para todos, ainda que a administração não tenha atingido os nossos valores”, recordou, referindo que a gestão apresentou agora “uma proposta de aumentos progressivos”.
Assim, a proposta da administração da INCM prevê “aumentos de 80 euros para trabalhadores que ganhem até ao salário base de 1.238 euros e de 53 euros para trabalhadores que ganhem acima disso”, indicou Ricardo Neves.
Em causa, disse, estão cerca de 330 trabalhadores abrangidos pelo aumento de 80 euros e 380 pelo aumento de 53 euros.
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“Tínhamos deixado claro logo desde o início que era um aumento salarial único para todos”, referiu, indicando que “isto é uma proposta que vem contrariar tudo aquilo que se tinha atingido no processo negocial até à data”.
Segundo Ricardo Neves, há um “plenário marcado para a próxima terça-feira para ouvir os trabalhadores todos, para que possam então decidir, perante essas propostas em cima da mesa e as medidas a tomar”, para na quinta-feira, numa nova reunião com a administração, os representantes dos trabalhadores darem a sua resposta.
O dirigente sindical vincou que a decisão final caberá aos trabalhadores, mas reiterou que “isto é uma proposta que vem para dividir ao invés de tentar unir e aproximar ao que os sindicatos tinham apresentado”.
Na semana passada, os trabalhadores da INCM rejeitaram uma nova proposta da administração, para aumentos de 64 euros, e apresentaram uma contraproposta, para uma atualização de 80 euros, disse à Lusa, no dia 13 de julho, Ricardo Neves.
A proposta dos representantes dos trabalhadores passou assim de 100 euros para 80 euros, tendo ficado marcada uma reunião para hoje, para conhecer a resposta da administração.
O dirigente sindical disse que a gestão da INCM estava a tentar “misturar a atribuição de subsídios com aumentos salariais”, tendo em conta que houve um subsídio de mobilidade em 2022, mas o aumento salarial, no ano passado, “foi de 0,9%”, recordou.
Em 2020 e 2021 não houve aumentos salariais na empresa, assegurou, realçando que a empresa registou lucros de 22 milhões de euros no ano passado.
“É nesse contexto, com esta perda de poder de compra, que surge a proposta de 100 euros”, explicou, assegurando que pretendem “procurar um acordo o mais depressa possível”.
A ICNM conta com perto de 730 trabalhadores em Lisboa, Porto e Coimbra, segundo Ricardo Neves.
Entre as principais funções da INCM estão a produção de documentos como o cartão de cidadão ou o passaporte, a cunhagem de moeda, a autenticação de metais preciosos, a edição do Diário da República e a publicação de obras da língua e da cultura portuguesa.
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