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As novas medidas previstas pelo PS surgem numa altura em que os dados de vendas de veículos em Portugal em 2020 mostram que os veículos elétricos continuam a aumentar de vendas no país – a Tesla é a nova líder -, mas ainda só representam 4,5% das vendas de veículos ligeiros o ano passado – só 7830 das 173 mil unidades vendidas foram de veículos elétricos.
Estas novas metas constam do projeto de lei de bases do clima hoje apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS e que será discutido na quinta-feira em plenário na Assembleia da República, através de um agendamento potestativo em conjunto com o PAN.
Em conferência de imprensa, o vice-presidente da bancada socialista Hugo Pires destacou que, no setor dos transportes e da mobilidade, o projeto da sua bancada assume como objetivo estender a rede de transportes públicos a todo o país, não se limitando às principais cidades, e que, a partir de 2035, seja proibido comercializar em Portugal veículos ligeiros movidos exclusivamente a combustíveis fósseis.
Tendo ao seu lado os deputados socialistas Alexandre Quintanilha, Nuno Fazenda e Miguel Costa Matos, Hugo Pires disse que o PS prevê benefícios fiscais “para quem apresentar poupança no consumo da água e na separação de resíduos”.
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“Ambicionamos caminhar para uma agricultura de baixo carbono, prevendo a substituição de fertilizantes sintéticos por fertilizantes orgânicos”, adiantou Hugo Pires, antes de se referir ao capítulo da “fiscalidade verde”.
“Até 2030, prevemos a eliminação progressiva dos apoios fiscais aos combustíveis fósseis, a redução dos impostos sobre o trabalho, mas aumentando em contrapartida os impostos sobre empresas e setores mais poluentes”, apontou.
Hugo Pires procurou ainda destacar a questão do “financiamento sustentável”, falando então no fundo de recuperação e resiliência da União Europeia, com uma verba prevista para Portugal de 13 mil milhões de euros.
“Cerca que 40% desse montante vai ser investido na transição energética”, salientou o dirigente socialista, numa alusão ao Programa de Recuperação e Resiliência já apresentado pelo Governo.
Hugo Pires fez depois questão de frisar que o projeto de lei do PS “está alinhado com os eixos de desenvolvimento e bem estar da União Europeia e com a lei de bases do clima europeia recentemente aprovada”.
“Partilhamos o objetivo de reindustrialização da União Europeia, caminhando-se para um modelo de descarbonização mais sustentável das atividades económicas”, declarou o membro da Comissão Permanente do PS.
Interrogado sobre soluções propostas pela bancada socialista em relação ao aeroporto do Montijo e para o transporte aéreo, área considerada uma importante fonte poluidora, o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS argumentou que a política ambiental “não é uma política do não”.
“Relativamente ao transporte aéreo, prevemos a aplicação de uma taxa de carbono, tendo em vista mitigar muitos dos impactos ambientais. Mas o próprio transporte aéreo terá de se transformar e criar soluções para a sua mobilidade, caminhando para combustíveis mais amigos do ambiente”, respondeu.
No que respeita ao novo aeroporto do Montijo, Hugo Pires observou que será feito um novo estudo de impacto ambiental – medida já aprovada em sede de Orçamento do Estado.
“Esta lei de bases não é feita contra o progresso. Percebemos a necessidade que o aeroporto do Montijo representa para a região e para o país. Temos de saber combinar o progresso com a sustentabilidade ambiental”, alegou.
Em termos de princípios globais, a proposta de lei de bases do PS mantém o objetivo de se alcançar a neutralidade carbónica em 2050.
“Este caminho será inclusivo, mas estamos conscientes que haverá resistência à mudança, seja na administração pública, na indústria, nos transportes, no sistema eletroprodutor, na agricultura, nos resíduos e até no próprio comportamento dos cidadãos”, admitiu Hugo Pires.
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