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Maria da Conceição, 75 anos, fundadora da Casa Paixão, viu o anúncio Da Minha Terra onde o Lidl procurava adicionar pequenos produtores ao seu lote de fornecedores. Enviou o link, por Messenger, à família. Resultado? A neta, Ana Isabel Paixão Frade, foi apresentar o pitch das Queijadas de Serpa à cadeia de distribuição e foi um dos 35 novos fornecedores a começar a vender na rede de lojas a partir de 3 de maio. “Em 2021 estamos a preparar a 2ª edição de Da Minha Terra”, adianta Alexandra Borges, diretora-geral de compras do Lidl, num encontro com jornalistas.
Queijadas de Serpa, Bolo de Mel de Cana da Madeira, Chouriço de Elvas, Maranhos da Sertã, Queijo de Cabra Curado de Trás-os-Montes, Doce Tradicional de Pêssego da Cova da Beira IGP, Ovos Moles de Aveiro ou Folar de Olhão são alguns dos 46 produtos de pequenos produtores nacionais que começam a ser comercializados pelo Lidl com o selo Da Minha Terra. Quatorze produtores habituais do Lidl também irão colocar produto no linear, elevando para 76 o número de produtos lançados com esta chancela.
A pandemia apanhou a Casa de Paixão de surpresa e viveram-se “momentos muito complicados” na pequena casa de produção. “Equacionámos fechar portas”, admite Ana Isabel Paixão Frade. “Está tudo muito excitado com o projeto, é muito importante não só para nós, para Serpa, como para os produtores de requeijão”, diz. “Trabalhávamos só com um produtor de requeijão – a matéria-prima base das queijadas de Serpa – e agora já estamos a trabalhar com outros três”, conta. Reforçaram ainda os colaboradores, de dois para quatro. “Tivemos um acréscimo exponencial de produção.”
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“Com a pandemia fecharam-se muitas portas a parte da produção nacional”, comenta Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl Portugal. A iniciativa Da Minha Terra, lançada em setembro do ano passado, “permite acrescentar alguns produtores que não tinham capacidade para abastecer as lojas a nível nacional que perderam muitas vendas com o fecho do Horeca e com a quebra do turismo”, acrescenta o responsável, reforçando que a iniciativa se inscreve na estratégia de apoio da cadeia à produção nacional. Charcutaria, Queijos, Doces e Bolos Secos foram as categorias para as quais o Lidl procurava novos fornecedores.
Só no ano fiscal de 2019, a cadeia ajudou a exportar 228 produtos nacionais no valor de cerca de 150 milhões de euros, impulsionando as vendas de 85 fornecedores e, no seu ano fiscal de 2020, aumentou 12% em valor as compras a produtores nacionais, face ao ano anterior, tal como tinha já avançado em fevereiro o Dinheiro Vivo.
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Do total de 180 candidatos a iniciativa Da Minha Terra, 70 novos fornecedores foram convidados a apresentar um pitch tendo sido selecionados 35.
“Alguns dos 35 produtores selecionados, irão ainda fornecer algumas marcas próprias do Lidl como Fumadinho e Terra do Vento, e integrar ações pontuais”, adianta Alexandra Borges, diretora-geral de compras do Lidl.
Todos os produtos que integram o sortido estarão disponíveis em áreas específicas nas lojas Lidl, de acordo com as suas necessidades de conservação. E apesar do selo Da Minha Terra, “a marca e nome do produtor são mantidos, como forma de dar a conhecer os produtos do fornecedor e potenciar o seu negócio”, reforça a diretora-geral de compras.
O Lidl mantém com os novos fornecedores um contrato de um ano, comprando a produção de acordo com a procura em loja, bem como a capacidade de produção de cada fornecedor.
Cada produtor tinha de ter capacidade de, no mínimo, assegurar oferta para venda em 50 lojas da cadeia de supermercados. Dos 76 produtos, apenas 36 irão ter distribuição a nível nacional na rede de lojas.
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