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A Quinta dos Frades, uma das mais antigas propriedades durienses, cujas origens remontam ao século XIII, conta com uma nova distribuição, a cargo da TFP Wines, do grupo The Fladgate Partnership, e uma equipa de enologia reforçada com a entrada de Diogo Lopes, e espera assim ganhar uma nova dinâmica. O ano de 2023 foi “menos conseguido” do que 2022, mas, para 2024, as expectativas são de crescimento. A aposta no enoturismo, com investimentos numa loja de vinhos na propriedade, é uma das prioridades para o próximo ano.
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Com um posicionamento assente apenas na hotelaria e restauração, os vinhos da Quinta dos Frades têm sido distribuídos pela Direct Wines desde o segundo semestre de 2021, empresa de Raúl Riba D”Ave adquirida, este ano, pela Fladgate. E Aquiles Ferreira de Brito, administrador da empresa e bisneto de Delfim Ferreira – o industrial nortenho que comprou a Quinta dos Frades em 1941 -, elogia o “bom trabalho de posicionamento da marca” feito pela Direct Wines e acredita que esta integração no universo TFP, com uma equipa de comerciais muito mais vasta, vai dar frutos já no próximo ano, com “efeitos positivos no curto e médio prazo”.
Da Quinta dos Frades, em Armamar, sai uma produção anual da ordem das 100 mil garrafas. A propriedade tem 75 hectares de vinha plantada, 20 dos quais de vinhas com mais de 100 anos, uma das maiores manchas de vinhas velhas na região e, por isso, a aposta tem sido na produção de vinhos de qualidade, com “maior valor acrescentado e melhor preço”. A exportação é ainda residual, na ordem dos 10 a 15%, essencialmente para mercados como a Suíça, Bélgica ou Brasil, mas a grande aposta, para já, é no mercado nacional, porque, sublinha Aquiles Ferreira de Brito, “há ainda muito a explorar” dentro de portas e é preciso “sedimentar bem” a marca em Portugal antes de fazer grandes esforços nos mercados externos.
800 mil euros. É a faturação esperada em 2023, em linha com o ano anterior. Exportações valem 10 a 15%.
A aposta num projeto de marca própria data de 2008, ano em que foram engarrafados os primeiros DOC Douro da empresa, que conta ainda com a Quinta do Castelo, em Santa Marta de Penaguião, com 35 hectares de vinha. Anselmo Mendes foi o enólogo que ajudou neste caminho, desde a primeira hora, e agora junta-se ao projeto o seu discípulo e braço direito, Diogo Lopes, que promete ajudar com uma nova etapa de valorização do “extraordinário” património de vinhas velhas existente. “Não venho aqui reinventar nada, venho continuar a fazer bons vinhos e estudar e aprofundar mais o conhecimento sobre as parcelas e as castas para tentar trazer para o universo da quinta vinhos diferenciados, com uma sensação de terroir muito vincada e que dignifiquem todo o legado histórico que existe”, explica.
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Concluída, este ano, a reconversão de 13 hectares de vinhas na Quinta dos Frades e de 10 hectares na Quinta do Castelo, que estará “mais focada para a produção de vinhos brancos de excelência”, com um investimento total na ordem de meio milhão de euros, a empresa pretende, agora, apostar no enoturismo, com a construção de uma loja de vinhos no Douro. Aquiles reconhece a importância crescente do turismo no setor e quer potenciar esse negócio, “complementar ao dos vinhos e com um retorno mais rápido”.
Quanto a novos lançamentos, em 2024, deverá surgir um novo Porto LBV no mercado, para se juntar ao Vintage de 2017 que a marca tem. As novidades sob a chancela de Diogo Lopes levarão ainda tempo, sendo que o grande foco é na stockagem e envelhecimento. “Os vinhos de vinhas velhas demoram a atingir a sua maturidade perfeita para serem lançados. Nesta vindima já fizemos uma série de novos estudos e ensaios para podermos complementar a gama da Quinta dos Frades com algumas novidades, mas são vinhos que levarão tempo até estarem prontos”, garante o enólogo.
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