O presidente executivo do Novo Banco disse, no parlamento, que há uma auditoria específica do Fundo de Resolução à reestruturação de créditos em dívida de Luís Filipe Vieira, atual presidente do Benfica.
Em audição na comissão de orçamento e finanças, António Ramalho disse hoje que as operações de reestruturação desses créditos foram “analisadas em detalhe” e “autorizadas pelo Fundo de Resolução”.
Além disso, acrescentou, “o Fundo de Resolução tem uma auditoria específica para que seja analisada em profundidade [essa operação] e é isso que está em curso”.
Sem se referir especificamente ao devedor em causa, mas ao número de código no relatório da auditoria da Deloitte, Ramalho disse que a solução acordada para a reestruturação dessa dívida faz com que o Novo Banco tenha mais capacidade de recuperação da dívida e ao mesmo tempo mantém todas as garantias e tem ainda direito de opção da venda da participação.
A dívida de Luís Filipe Vieira ao Novo Banco foi trazida à comissão parlamentar pela deputada do BE Mariana Mortágua, que afirmou que em 2018 a exposição total do Novo Banco à Promovalor (empresa de Luís Filipe Vieira) era de 760 milhões de euros, tendo já gerado perdas de 225 milhões de euros.
A bloquista disse ainda que se em 2014 o Novo Banco era credor de Luís Filipe Vieira, mas que em 2018 “já era sócio” de Luís Filipe Vieira, porque, entretanto, “deu dinheiro a um fundo para comprar as dívidas de Luís Filipe Vieira”, fundo esse gerido por uma empresa do filho do presidente do Benfica.
Ainda sobre o Benfica, em resposta à deputada do CDS-PP Cecília Meireles, António Ramalho falou de notícias sobre um empréstimo de 28 milhões de euros do banco à SAD do Benfica.
O gestor disse que fez um pedido excecional à SAD do Benfica para o libertar do sigilo bancário para mostrar um gráfico a demonstrar que o clube tem vindo a reduzir a sua dívida ao banco. “É inaceitável vir penalizar um cliente por causa de uma dicussão que existe de outro lado”, afirmou.
O jornal semanário Expresso noticiou no sábado que o primeiro-ministro, António Costa, faz parte da comissão de honra de Luís Filipe Vieira para as eleições do Benfica, em outubro.
Em reação, o chefe do Governo tem defendido que o seu apoio à recandidatura do presidente do Benfica não tem “rigorosamente nada” a ver com a sua vida política ou funções.
O apoio de Costa a Vieira motivou críticas de vários quadrantes políticos, desde logo por o presidente do Benfica ser um dos maiores devedores ao Novo Banco, que tem beneficiado da injeção de dinheiros públicos.
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