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A Standard & Poor (S&P) manteve o rating da TAP em ‘B-‘ no relatório que divulgou esta semana, segurando a classificação na expectativa de que a companhia venha a receber ajudas do Estado. De outra forma, o rating desceria dois níveis para ‘CCC’, indicador que revela um muito elevado risco de crédito, revela a agência de notação financeira.
Segundo avança no documento, a liquidez da transportadora portuguesa “tem sido prejudicada pelo atraso na recuperação do tráfego aéreo de passageiros” e a curto prazo corre inclusive o risco de falta de dinheiro. Nas contas da S&P, a TAP deveria ter cerca de 550 milhões de euros em tesouraria a 30 de junho, mas “dado que se espera que o fluxo de caixa operacional seja profundamente negativo, isso pode ser insuficiente” para garantir a operação nos próximos 12 meses.
A agência admite ainda que os 1,2 mil milhões injetados no ano passado pelo Estado português na transportadora foram consumidos até ao final de junho, escreve o jornal digital ECO. Recorde-se que a Comissão Europeia aprovou recentemente esta ajuda, que foi alvo de uma queixa da Ryanair no Tribunal Geral da União Europeia. O Governo português continua sem ver aprovadas por Bruxelas as ajudas adicionais à TAP, no entanto, para a S&P, há “uma probabilidade moderadamente elevada de o Governo português fornecer um apoio extraordinário à TAP em caso de necessidade”.
Probabilidade essencial na medida em que a S&P considera que, “sem auxílios, a estrutura de capital da TAP é insustentável”. Recorde-se que falta saber se Bruxelas vai aprovar o plano de reestruturação da TAP, que prevê ajudas públicas de 3,2 mil milhões de euros.
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Em maio, a TAP recebeu mais 462 milhões de euros, aprovados por Bruxelas, dentro de uma medida de compensação das perdas derivadas da covid – entre 19 de março e 30 de junho de 2020. Para a agência, é expectável que surjam mais apoios no âmbito do impacto da pandemia. “Entendemos que as perdas relacionadas com a covid-19 também se estendem além deste período, o que pode dar à empresa o direito a compensação adicional, embora não o incluamos na nossa análise de liquidez”, escreve na nota.
O setor do transporte aéreo na Europa deverá apresentar uma receita de 30% a 50% este ano face aos valores gerados em 2019, diz ainda a agência, prevendo que a TAP irá ficar a meio da tabela (40%). Para esta estimativa, a S&P sustenta-se nas medidas restritivas implementadas pelos diversos governos para controlar a crise pandémica no primeiro semestre de 2021 e o aparecimento de novas variantes de vírus que travou a recuperação da procura de viagens aéreas.
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