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Os onze casinos portugueses viram as suas receitas com a exploração do jogo de fortuna e azar disparar até agosto. O regresso do país à normalidade, após dois anos marcados por confinamentos e apertadas regras sanitárias, impulsionou a atividade das concessionárias que, nos primeiros oito meses deste ano, viram os proveitos atingirem os 162,4 milhões de euros, um incremento de 147% face ao homólogo de 2021. Apesar destes sinais de recuperação, o negócio continua aquém dos valores pré-pandemia. Os dados fornecidos pela Associação Portuguesa dos Casinos revelam que, no mesmo período de 2019, as salas de jogo registaram receitas brutas de 209,8 milhões, mais 47 milhões do que o obtido neste exercício.
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Transferência dos apostadores para o jogo online durante o período pandémico, quando os casinos tiveram que fechar e restringir horários, a concorrência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, receio dos clientes em permanecer em espaços fechados ou uma menor atratividade deste entretenimento podem justificar estas perdas face ao ano anterior à covid. Mas é neste panorama que está a decorrer o concurso internacional para as concessões das zonas de jogo do Estoril-Lisboa e da Figueira da Foz, cujo prazo para apresentação de propostas termina no final deste mês. Até 31 de dezembro deste ano, estas zonas estão nas mãos do grupo Estoril-Sol (casinos do Estoril e Lisboa) e da Amorim Turismo (sala da Figueira da Foz).
Concurso prorrogado
O concurso internacional foi lançado a 16 de agosto e terminava 30 dias após o seu anúncio. Mas poucos dias depois, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, determinou a prorrogação do prazo por mais 15 dias. A decisão prendeu-se com a “ponderação de um conjunto de razões operacionais, nomeadamente, a circunstância de a publicitação dos Anúncios ter ocorrido no mês de agosto e de ainda ser necessário que os concorrentes apresentem uma solução para um imóvel onde possa ser instalado quer o casino da Figueira da Foz, quer o casino de Lisboa”, adiantou fonte oficial do gabinete da Secretaria de Estado com a tutela da atividade. Assim sendo, os interessados podem até ao final do mês apresentar as suas propostas.
De acordo com o que foi possível apurar, as atuais concessionárias – a Estoril Sol e a Amorim Turismo -, irão apresentar-se a concurso. Estas duas empresas são, respetivamente, proprietárias dos edifícios onde funcionam as salas de jogo de Lisboa e da Figueira da Foz, obrigando a que os outros concorrentes apresentem uma solução provisória para o funcionamento destes casinos. O caderno de encargos do concurso concede 36 meses para encontrarem uma solução definitiva. O edifício do casino do Estoril é pertença do Estado. As futuras concessões estão sujeitas à apresentação das melhores propostas de contrapartida anual e de percentagem que incidirá sobre as receitas brutas.
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Crescimentos exponenciais
Nos primeiros oito meses deste ano, a atividade do jogo de casino verificou crescimentos exponenciais face ao mesmo período de 2021. A sala de Lisboa, a mais procurada em território nacional, viu as suas receitas brutas apresentarem um aumento homólogo de 210%, para 42 milhões de euros, mas uma quebra de 26% face ao registado entre janeiro e agosto de 2019. A performance é semelhante em quase todos os casinos. No Estoril, que integra a mesma zona de jogo que o espaço da capital, os proveitos atingiram os 30,8 milhões, mais 201% que em igual período do ano transacto, mas menos 24,6% face a 2019.
No grupo Solverde, que detém a exploração dos casinos de Espinho, Algarve (Vilamoura, Praia da Rocha e Montegordo) e Chaves, a evolução é idêntica. Em Espinho, as receitas de jogo tiveram um incremento homólogo de 98,7%, para 24,6 milhões, mas ainda 24% abaixo dos níveis pré-pandémicos. Na zona de jogo do Algarve, que responde por três salas, o aumento foi de 152,5%, para 19,6 milhões, abaixo 16,3% dos números de 2019. Em Chaves, as receitas chegaram nestes primeiros oito meses do ano aos 4,5 milhões, mais 118,6% que no homólogo, apresentando uma quebra de 15% quando comparado com o mesmo período de 2019.
O casino da Póvoa de Varzim, explorado pelo grupo Estoril Sol, atingiu receitas de 22,7 milhões no período em análise, mais 114,7% que no homólogo de 2021, mas menos 26% que na mesma época de 2019. Na Figueira da Foz, o aumento foi de 94,1%, para 8,1 milhões contabilizados nos primeiros oito meses deste exercício, e uma descida de 26,5% face ao mesmo período do ano anterior à pandemia. Em Troia, os números chegaram aos 5,1 milhões, uma subida de 184%, e, contrariamente aos outros casinos, a sala concessionada à Oxy Capital, um aumento de 81,3% face a 2019. Por último, o casino do grupo Pestana na Madeira cresceu 55,7% nas receitas de jogo, para 4,7 milhões, e caiu 25,5% em relação ao exercício sem efeitos da crise pandémica.
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