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A Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM) e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) vão ficar de fora da edição de 2022 do famoso congresso das comunicações da APDC, por opção da entidade liderada por Rogério Carapuça. A 31.ª edição do Digital Business Congress vai reunir empresas, associações e membros do governo, mas deixa de fora os principais reguladores do setor, para debater o impacto da covid e da guerra, a cibersegurança e o metaverso no futuro das comunicações enquanto setor económico.
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Ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial da APDC (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações) garantiu não haver qualquer divergência com a ANACOM ou com a ERC, explicando que o único motivo para os reguladores ficarem de fora do principal evento anual do setor deve-se ao redesenho do congresso.
“Este ano entendemos reconfigurar a agenda do congresso e centrá-la nestes mesmos stakeholders: operadores e indústria”, afirmou. “Optámos neste congresso por não abordar temas de regulação”, acrescentou a mesma fonte.
Também na edição de 2021 tanto a ANACOM como a ERC não participaram. Há um ano a organização justificou a ausência da ERC por uma questão de agendamento, enquanto a não participação da ANACOM terá ficado a dever -se ao leilão do 5G, embora o regulador nem tenha sido convidado. Nessa altura, o leilão de frequências ainda decorria e as empresas de telecomunicações que concorriam às faixas também não marcaram presença.
Refira-se que a APDC foi uma das associações que criticou a ANACOM, liderada por João Cadete de Matos, pela forma como o leilão do 5G foi conduzido. Algo que agora fonte oficial assegura ao DN/Dinheiro Vivo nada ter a ver com a opção de deixar os temas da regulação fora do congresso. “Não cortámos qualquer tipo de relações institucionais com a ANACOM. As diferenças de opinião são normais e até saudáveis e em nada devem beliscar as relações entre as entidades”, disse.
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Marcelo abre e Costa encerra
Entre os dias 11 e 12 de maio, a APDC convoca o encontro para debater as últimas inovações tecnológicas e de que forma elas impactam nos negócios. O Digital Business Congress (antigo Congresso das Comunicações) deste ano decorre sob o mote “Tech and Economics: the way forward” (Tecnologia e economia: o caminho a seguir), tendo o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas como presidente.
No primeiro dia, entre o metaverso, a cibersegurança e o 5G, o ponto alto deverá ser a participação de Mathew Griffin, um futurista reconhecido mundialmente e consultado pelos governos dos países do G7 e G20.
No segundo dia, o congresso dedicar-se-á à era pós-covid e pós-guerra na Europa, com uma intervenção do economista português Sérgio Rebelo, professor de Finanças da norte-americana Kellogg School of Management. A discussão do Plano de Recuperação e Resiliência também está no programa, com a participação de António Saraiva, presidente da CIP, e Daniel Traça, dean da Nova SBE.
Mas o momento mais aguardado do dia deverá ser o encontro dos presidentes executivos dos três principais operadores de telecomunicações em Portugal, Ana Figueiredo, da Altice, Miguel Almeida, da NOS, e Mário Vaz, da Vodafone, que participam no painel “O estado das comunicações”. Antes, os gestores máximos da RTP, Impresa e Media Capital também se juntarão para discutir o tema “O estado da Nação dos media”.
O evento será aberto pelo Presidente da República , Marcelo Rebelo de Sousa, ficando o encerramento do congresso a cargo do primeiro-ministro, António Costa. Ao longo dos dois dias participarão também António Costa Silva, ministro da Economia, e Mário Campolargo, secretário de Estado para a Digitalização e Modernização da Administração Pública.
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