Foram meses e meses de negociações, receios, pausas e retrocessos mas enfim o rei dos cogumelos está nas mãos do CoRe, fundo de capital de risco que se dedica salvar empresas à beira do abismo e reinventar-lhes o futuro.
O contrato, que merece o acordo dos maiores credores da Sousacamp – Novo Banco, Crédito Agrícola e IFP -, foi assinado finalmente nesta tarde, dias depois de se conhecer a intenção da gigante nacional do tomate Sugal de entrar no negócio para se diversificar, fazendo prever um futuro risonho para o maior produtor ibérico de cogumelos, que esteve à beira de fechar portas e ser vendido numa carteira de malparado.
Para a concretização ficar enfim completa, é apenas necessário agora que o administrador de insolvência comunique à juíza que os créditos foram vendidos ao CoRe e esta homologue o plano de insolvência – esta é a condição essencial para a compra dos créditos e a concretização de um projeto que permitirá assegurar os mais de 400 postos de trabalho da Sousacamp.
No plano inicial submetido pelo administrador de insolvência, Bruno Costa Pereira, previa-se a entrada do fundo de capital de risco CoRe Capital com um investimento de 13 milhões para assegurar a restruturação da empresa, a regeneração do negócio dos cogumelos frescos produzidos em Portugal e a proteção dos empregos, mas com a pandemia – e a falta de acesso aos apoios criados para lhe fazer face, uma vez que a Sousacamp estava insolvente e acumulara dívidas -, a situação deteriorou-se, tendo o fundo chegado a adiantar à massa insolvente cerca de dois milhões de euros para garantir o pagamento de salários aos trabalhadores nos últimos meses.
Agora, renegociadas as condições para acomodar os efeitos da covid, o acordo passará por um investimento inicial de um pouco mais de 12 milhões de euros, com compromisso de novo investimento de mais 7 milhões nomeadamente para renovação das linhas de produção, e pelo previsto perdão de 75% da dívida. (leia mais aqui)
Sugal vai ajudar a construir
A gigante do tomate é já acionista do CoRe Capital, detendo 25% do capital do fundo – que, recorde-se, foi criado por Nuno Fernandes Thomaz, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Martim Avillez Figueiredo, ex-diretor do Económico e do i, Pedro Araújo e Sá, ex-administrador da Cofina, e Pedro Soares David, da área da banca de investimento. A Sugal prepara-se ainda para assumir uma participação direta de 10% na Sousacamp, além da presença já garantida através da capital de risco. Conforme noticiou o Dinheiro Vivo, o maior produtor de tomate da Europa e segundo maior do mundo, vai assim aportar a sua experiência na área alimentar à fábrica de cogumelos sediada em Vila Flor, Bragança.
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