A Renault anunciou o cancelamento da distribuição de dividendos do exercício financeiro de 2019 e a decisão do presidente de reduzir a sua remuneração.
A fabricante automóvel francesa adiantou que vai recorrer a empréstimos garantidos pelo Estado e precisou que o salário do presidente, Jean-Dominique Senard, vai ser reduzido em 25% no segundo trimestre deste ano.
Numa entrevista hoje à rádio RTL, o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, escusou-se a precisar quanto o valor do corte lhe custaria em termos monetários.
Quanto a dividendos, cujo valor a distribuir tinha sido anunciado em meados de fevereiro, a empresa diz agora que vai cancelar 300 milhões de euros que deveriam ser pagos aos acionistas relativos ao ano passado.
Jean-Dominique Senard, ressalvando que a Renault não pretende ser nacionalizada, disse estar a trabalhar para garantir empréstimos bancários apoiados pelo Estado para amortecer o choque da crise provocada pelo novo coronavírus e que atingiu a procura de veículos e interrompeu a produção.
O presidente da Renault disse ainda que os montantes dos empréstimos não foram ainda determinados, mas podem chegar a quatro ou cinco mil milhões de euros.
Em 14 de fevereiro, a Renault anunciou prejuízos em 2019 de 141 milhões de euros, contra 3.302 milhões de euros de lucro no ano anterior, e precisou que esta era a primeira vez que registava prejuízos desde 2009, e justificou a quebra com o negócio global dos parceiros chineses, da Daimler e, em particular, da Nissan, bem como o agravamento da própria atividade automóvel.
Nessa mesmo dia, a administração da Renault anunciou a sua proposta de distribuir um dividendo de 1,10 euros por ação, o que representava um terço dos 3,55 euros por ação relativos ao exercício de 2019.
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