O sistema de mobilidade inteligente de Cascais integra vários meios de transporte – do transporte coletivo (autocarro e comboio) e estacionamento à chamada mobilidade suave. Aqui se inclui um sistema de bicicletas partilhadas inovador que já começou a servir quem vive, trabalha ou visita Cascais. A ideia é que as bicicletas passem a ser vistas não apenas como lazer mas como um novo meio de transporte para usar todos os dias no caminho para o trabalho ou para a universidade. Rui Ribeiro Rei, presidente do conselho de administração da Cascais Próxima, a empresa municipal que desenvolve e gere o sistema MobiCascais.
Como funcionam as bicicletas partilhadas de mobilidade (bike sharing)?
O sistema foi projetado pelo Ceiia [centro de engenharia e desenvolvimento criado em 1999 para apoiar a indústria automóvel] e construído de forma a permitir várias tipologias de bicicletas partilhadas. Iniciou-se em setembro de 2016 com 12 estações de bicicletas partilhadas localizadas em Cascais e Estoril e com um contingente de cem bicicletas. Em 2017, foram construídas mais 68 estações dispersas pelo concelho: junto aos principais interfaces, estações e paragens, parques de estacionamento e polos geradores de tráfego (escolas, clubes, associações, centros comerciais, etc.), bem como junto aos 70 km de ciclovias e vias cicláveis que a Câmara Municipal de Cascais está a construir.
Qual é o objetivo do projeto bike sharing?
O objetivo é colocar à disposição dos utilizadores 1200 bicicletas, entre convencionais e elétricas. A ideia é que os utilizadores possam levantar e entregar as bicicletas em qualquer estação, fazendo uso de um novo meio de transporte diário. Todas as estações de bicicletas partilhadas têm videovigilância e wi-fi gratuito. O cabo, os trincos do cadeado, as portas e acessos aos sistemas eletrónicos têm sensores alarmistas do estado em que se encontram de forma a minimizar as possíveis ações de vandalismo.
Como tem sido a adesão aos pacotes de mobilidade?
Existem 17 mil registos no site MobiCascais com um aumento percentual diário.
Como tem evoluído a construção de ciclovias?
Existem ciclovias e vias cicláveis em todas as freguesias do concelho de Cascais construídas nas vias de circulação principais. O planeamento total de ciclovias não para de crescer e está a ser executado no terreno. Neste momento estamos na segunda fase de construção da Ciclovia de Carcavelos que liga a Nova SBE à estação de comboios de Carcavelos, onde estão incluídas duas estações de bike sharing em funcionamento e mais duas em construção. Existem ciclovias e vias cicláveis para a Carcavelos/Parede, Cascais, Alcabideche e ligações entre freguesias. Está em curso um plano de ligação de ciclovias e vias cicláveis que ligam os concelhos do país. Existe o objetivo de as ciclovias cobrirem 70 km. Em 2018, o universo é de 700 bicicletas elétricas na rede, mas o objetivo é chegar às 1200. Teremos 80 estações de bicicletas partilhadas com wi-fi neste ano e a previsão de mais 30 para o próximo ano.
Qual é a fonte de energia que alimenta os postos de carregamento elétrico das Bicas? O hidrogénio está dentro dos planos?
São alimentados pela rede nacional com componentes de baixo consumo. Está em cima da mesa a alteração futura para medidas de alimentação por painéis solares ou outras fontes de alimentação autossustentáveis, entre ela o hidrogénio.
Já é possível ter um pacote de mobilidade para estacionar uma bicicleta particular nas estações de bicicletas partilhadas?
Após o registo em www.mobicascais.pt, pode optar por adquirir o bike parking, que permite usar as Docas para prender as bicicletas particulares com a segurança que a estação oferece: sistema de videovigilância controlado 24 horas por dia e sensores alarmistas dos cadeados e acesso aos componentes eletrónicos.
A rede MobiCascais ainda não inclui o metro e a carris (Lisboa). O que tem impedido esta integração?
Apesar do acordo não estar formalmente assinado, o Mobi entrega aos clientes os benefícios previstos nesse acordo. Isto significa que os clientes beneficiam das vantagens acordadas.
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