//Ryanair garante que chegou a consenso com os sindicatos italianos

Ryanair garante que chegou a consenso com os sindicatos italianos

A companhia aérea Ryanair informou esta sexta-feira que chegou a consenso com os principais sindicatos italianos representativos da tripulação de cabine para assinatura do acordo coletivo de trabalho, que entra em vigor em outubro.

Em comunicado, a transportadora indica que se reuniu na quinta-feira, em Roma, com os “principais sindicatos representativos da tripulação de cabine”, entre os quais a Federação Italiana de Transporte (FIT-CISL), Associação Nacional dos Profissionais da Aviação Civil (ANPAC) e a Associação Nacional dos Profissionais de Assistentes de Voo (ANPAV) daquele país.

Na ocasião, “foram acordados e assinados os princípios que servirão de base ao acordo coletivo de trabalho que abrangerão a tripulação de cabine que trabalha para a Ryanair”, que entrará em vigor em 01 de outubro.

As partes envolvidas estão, agora, na “fase de conclusão dos termos e condições” do documento, adianta a empresa.

O acordo surge após a Ryanair ter reconhecido, no final de julho, estas estruturas italianas.

Segundo indica a transportadora aérea, o acordo coletivo de trabalho em causa estará em vigor durante três anos, até dezembro de 2021, e estipula que os contratos da tripulação italiana a trabalhar na Ryanair sejam adequados à legislação e à justiça nacional.

Ao mesmo tempo, o documento possibilita que a tripulação de cabine italiana tenha contratos locais por um período acordado, prevendo ainda um novo plano de pensões, uma nova estrutura de remuneração para aumento dos salários e ainda isenção de alguns impostos.

Citado no comunicado, o responsável pelos recursos humanos da Ryanair, Eddie Wilson, disse esperar que o acordo seja assinado “no final de setembro”, visando “melhorias significativas nos salários e outras para a tripulação de cabine italiana” da empresa.

“Este acordo é mais um sinal do esforço significativo que a Ryanair está a fazer para chegar a acordo com os sindicatos em diferentes países da União Europeia”, assinala.

Eddie Wilson rejeita ainda “as falsas acusações de pequenos sindicatos de que não estão a ser envolvidos nas negociações e que ameaçam com greves […], que não terão êxito”.

O responsável alude, assim, à greve convocada para dia 28 de setembro abrangendo pessoal de cabine da Holanda, Itália, Espanha e Portugal.

Esta será a segunda greve europeia na Ryanair, já que os sindicatos que representam a tripulação de cabine realizaram a 25 e 26 de julho passados uma greve em Espanha, Portugal, Itália e Bélgica. A paralisação em Itália só se realizou no primeiro dos dois dias.

As estruturas voltaram agora a convocar uma ação conjunta, que conta com a participação de sindicatos italianos, o português Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), uma estrutura sindical belga, duas espanholas e uma holandesa.

Em cima da mesa está, nomeadamente, a exigência para que os contratos de trabalho da Ryanair sejam feitos, segundo a lei laboral nacional de cada país, e não a irlandesa, que tem sido a usada pelo grupo.

A Ryanair tem estado envolvida num conflito com sindicatos a nível europeu, também com impacto em Portugal, nomeadamente depois de uma greve da tripulação de cabine em abril, em que a empresa foi acusada de intimidar os trabalhadores.

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