//SaltPay admite investir mais em Portugal e lançar serviços para o consumidor

SaltPay admite investir mais em Portugal e lançar serviços para o consumidor

Depois de comprar a Pagaqui, a SaltPay é já conhecida em Portugal por ter operacionalizado o programa IVAucher. Com um contrato de investimento de 28,5 milhões de euros até 2025 fechado com a AICEP, a fintech tem grandes ambições para a sua posição no mercado português. João Barros, presidente executivo da SaltPay em Portugal, admite vir a ultrapassar o investimento previsto no país e entrar no segmento do consumidor. Mas, para já, quer dedicar-se a conquistar clientes entre os pequenos comerciantes. Atualmente, a empresa está a angariar, em média, 500 clientes por mês. Mas estima que tem um mercado de cerca de 400 mil clientes que pode conquistar.

“Estamos a desenvolver soluções para facilitar a vida dos pequenos comerciantes. Queremos que os nossos serviços de terminais sejam a base para os outros serviços”, disse o CEO da SaltPay em entrevista ao Dinheiro Vivo. “Os outros serviços podem ser ligados ao crédito, aos seguros, a sistemas de fidelização. Temos diversas ideias neste momento, como integração com sistemas de faturação”, adiantou. A empresa tem desenvolvido já várias parcerias neste sentido e está integrada com a WinRest, que é líder na restauração. “Acredito que no segundo trimestre do próximo ano vamos estar já em condições de começar a oferecer ainda mais produtos”, apontou.

Para João Barros, a diferença da SaltPay estará não apenas no preço. “O setor em si já se encontra a um nível de preço que é difícil otimizar muito mais o custo para os comerciantes. Há 4 ou 5 anos, havia comerciantes a pagar taxas de 4 ou 5% sobre cartões internacionais”, disse. Salientou que “hoje em dia isso praticamente não existe. Existe concorrência. As taxas são tipicamente abaixo de 1%”. “Onde somos mais combativos e sensíveis é nisso: não existir fidelização porque não há racionalidade económica”, disse.

Lembrou que há operadores que têm fidelização “ad eternum, que é a chamada taxa de desinstalação”. “Além de pagarem a mensalidade atual, os consumidores têm de pagar fees de alguns 300 ou 400 euros para desinstalar”, afirmou. “Nós não temos fidelização. As empresas podem contratar connosco e, passado um mês, podem rescindir sem custo de adesão ou desinstalação”, garantiu. A SaltPay está, por isso, focada nos custos “dessa mensalidade, que aí pensamos que ainda estão altos no setor”. “Quer pelo lado da fidelização e pelo valor de mensalidade há melhorias a fazer”, adiantou.

Para crescer no mercado português e conquistar clientes, a empresa está a criar hubs. “Estamos a fazer o movimento contrário ao da generalidade do sistema financeiro. Estamos a abrir hubs comerciais, o equivalente a pequenos escritórios com uma presença física onde temos equipas tipicamente entre 3, 5, 6 pessoas e que visita com muita regularidade os clientes”, disse o CEO da SaltPay. “É uma coisa que se perdeu muito na banca tradicional. Abrimos 5 hubs mas queremos continuar a expandi-los para ter essa proximidade”, assegurou.

Segundo o CEO da SaltPay, a empresa tem “conquistado uma média de 500 novos clientes por mês”. “Se pensar que um banco comercial de alguma dimensão tem 20 a 25 mil clientes neste setor, são bons números com a estrutura que temos atualmente”, salientou.