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Os lucros do Santander Totta, BPI e Millennium BCP dispararam. Nos nove primeiros meses deste ano, estes três bancos somaram resultados líquidos de 1662,3 milhões de euros, um crescimento de 117,6% (ou mais 898,5 milhões) quando comparado com o período homólogo de 2022, dizem as contas feitas pelo Dinheiro Vivo. A grande alavanca para este desempenho deriva das altas taxas de juro que os clientes estão a pagar pelos empréstimos.
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O BCP divulgou ontem que o resultado líquido consolidado da sua atividade atingiu os 650,7 milhões até setembro, um aumento de 624,6% face aos nove primeiros meses de 2022. A atividade em Portugal do banco liderado por Miguel Maya gerou mais 93% de lucros, ou seja, um total de 557 milhões de euros.
Mas não foi só o BCP a ver o resultado líquido aumentar exponencialmente. O BPI, que também ontem apresentou as contas dos nove primeiros meses do exercício, registou lucros consolidados de 390 milhões de euros, mais 35% do que no homólogo de 2022. A operação em Portugal contribuiu com 324 milhões de euros, mais 84% face a setembro de 2022.
O Santander Totta, o primeiro dos seis grandes bancos a operar no país a apresentar resultados, já na sexta-feira passada tinha divulgado que os lucros da sua atividade em Portugal atingiram 621,7 milhões de euros, um aumento de 61,5%. Para um retrato mais exato da performance da banca em Portugal falta ainda conhecer as contas da Caixa Geral de Depósitos, do Novo Banco e do Montepio.
Para já, sabe-se que a margem financeira consolidada – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – do BCP atingiu no final de setembro 2117,5 milhões de euros, um crescimento de 37%. Em Portugal, o banco observou um aumento neste indicador de 63,6%, para 1097,7 milhões.
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Por sua vez, o BPI viu a sua margem financeira escalar para 688 milhões de euros nos nove primeiros meses deste ano, mais 84%. O Santander Totta totalizou 1033 milhões de euros, uma subida de 88,5%. Ontem, em conferência de imprensa, o CEO do BPI, Oliveira e Costa, considerou que o aumento na margem financeira deverá abrandar, depois de atingir o pico no último trimestre do ano.
O BPI responde agora por uma carteira de empréstimos de 29,8 mil milhões de euros, um crescimento homólogo de 3%, sendo que o crédito à habitação representa 14,6 mil milhões de euros (220 mil contratos). Até setembro, o banco liderado por Oliveira e Costa renegociou 414 milhões de euros de créditos para compra de casa, um universo de 3400 clientes.
O BCP tinha, no final de setembro, uma carteira de crédito bruto consolidada de 56 665 milhões de euros, uma quebra homóloga de 3,3%. No período em análise, o crédito a clientes em Portugal fixou-se em 39 400 milhões de euros, menos 4%. No país, o BCP registou “uma menor procura de novos créditos hipotecários devido a taxas de juros mais altas e de um maior ritmo de amortizações antecipadas”.
Na apresentação das contas, Miguel Maya revelou que cerca de quatro mil clientes usaram capital de Planos Poupança Reforma para amortizar crédito. Desde o início da subida das taxas de juro (julho de 2022), o BCP já renegociou perto de 20 mil contratos, 15 900 só este ano.
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