Partilhareste artigo
O Santander Totta não registou, até agora, “nenhuma situação relevante de incumprimento” do crédito à habitação, face aos meses que antecederam o período em que as taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) começaram a escalar, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo da instituição, Pedro Castro e Almeida, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados de 2022.
Relacionados
Segundo o CEO, a instituição financeira analisou os cerca de 265 mil consumidores que compõem a carteira de crédito à habitação, tanto os que apresentavam risco à altura como os que não, e estabeleceu contacto com todos para dar a conhecer os resultados da avaliação, assim como opções facilitadoras para as suas situações.
Ainda, ao abrigo do Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI), que se aplica aos clientes com empréstimo para habitação própria permanente até 300 mil euros, o Santander diz ter revisto toda a informação necessária para garantir que as famílias não tiveram a taxa de esforço agravada, sendo o limite sinalizado 36%. “A 20% pedimos informação adicional”, acrescentou o gestor.
A conclusão decorrente da aplicação dos mecanismos preventivos impostos pelo Governo foi de que “poucos milhares estavam em risco de incumprimento”, à semelhança do ocorrido na Caixa Geral de Depósitos.
Pedro Castro e Almeida garantiu ainda que o banco não tem recusado uma responsabilidade que é sua: a de ajudar os clientes. “Têm vindo muitos clientes perguntar sobre as suas situações, qual o impacto que a subida prevista das taxas de juro vão ter na sua prestação daqui a uns meses”, referiu, assegurando que o Santander tem trabalhado “nas ajudas que pode dar”.
Subscrever newsletter
Quem está a sofrer é a classe baixa e média-baixa
Pedro Castro e Almeida disse ainda haver uma enorme assimetria entre o que é falado por “uma associação de defesa do consumidor” e o que é a realidade dos bancos.
Apesar de admitir o efeito negativo e veloz da subida das Euribor – que têm impacto direto na prestação mensal da casa -, o CEO frisou que as maiores consequências fazem-se sentir para quem fez este tipo de empréstimo nos últimos quatro anos, com prazos de 30 e 35 anos. “Esses, sim, estão a sofrer um ajustamento grande no rendimento disponível”, referiu.
Realçando os “elevados níveis de consumo da classe média, média-alta e alta”, o presidente executivo sublinhou que, na realidade, “quem está a sofrer é a classe baixa e média-baixa, mas pelo aumento da renda e dos alimentos” – e a responsabilidade, apontou-a à (falta) de “políticas sociais de apoio ao rendimento”.
Deixe um comentário