//Securitas: “Estamos a recrutar e queremos chegar a 170 mil clientes neste ano”

Securitas: “Estamos a recrutar e queremos chegar a 170 mil clientes neste ano”

A Securitas Direct é líder em alarmes em Portugal. Como foi este ano de pandemia, com toda a gente em casa? O negócio ressentiu-se?

Como a maioria dos negócios, sentimos também o impacto da pandemia, principalmente porque o nosso modelo de negócios passa pela angariação de novos clientes e o principal processo de vendas da Securitas Direct é feito com angariação porta-a-porta, que acabou por ficar limitada devido às restrições impostas. Contudo, verificámos também que este período pandémico originou uma maior procura de sistemas de alarmes especialmente em habitações de segunda residência, que habitualmente eram procurados no verão. As vendas em residências representaram cerca de 70%. O que nunca mudou foi a nossa forma de proteger as pessoas, pois a nossa central de alarmes continuou a funcionar em pleno, registando também um aumento de situações reais de alarmes (assaltos e tentativas de roubo), onde nos pequenos negócios aumentaram 13% em 2020. De uma forma geral, e apesar de, no curto prazo, termos sentido o impacto da crise, podemos dizer que tivemos um ano positivo e esperamos continuar a crescer em 2021.

Em que áreas apostam para crescer neste ano?

O nosso crescimento em 2021 será baseado na angariação de novos clientes e na retenção dos atuais, com um aumento da gestão do portfólio e estrutura interna de vendas. Temos mais de 250 especialistas em segurança, distribuídos em 30 territórios a nível nacional, o que nos permite ter uma grande cobertura de serviço. Temos também uma clara aposta nas parcerias locais. No último ano, a Securitas Direct já conseguiu duplicar as vendas no seu canal de Alianças Estratégicas e queremos assumir um forte compromisso para expandir a nossa rede de parceiros em Portugal. Estamos focados em aumentar a nossa rede de colaborações e trabalhar com entidades em setores como seguradoras, elétricas e telecomunicações. Temos previsto continuar a lançar novos produtos nos próximos anos. Lançámos recentemente o Guardian Verisure, o primeiro serviço disponível em Portugal que protege as pessoas em qualquer parte, dentro ou fora de casa. O Guardian Verisure é um serviço de assistência imediata, disponível na aplicação móvel MyVerisure da Securitas Direct, através do qual os clientes podem solicitar assistência em qualquer local, 24 horas por dia, para qualquer emergência. O seu desenvolvimento significou um investimento de mais de meio milhão de euros, enquadrado nos recursos que a empresa afeta à I+D, orientado para a proteção das pessoas. Este serviço oferece assistência imediata e precisa face a qualquer ameaça, risco ou situação de emergência, através do telemóvel e com uma ligação constante à equipa especializada da empresa. Este serviço inovador tem duas funcionalidades: o SOS que permite pedir auxílio através de um botão no smartphone; e o “Acompanha-me” que, através do GPS, aciona automaticamente os protocolos de segurança, caso a pessoa não chegue ao destino no tempo previsto. Em termos de Recursos Humanos, queremos também continuar a aumentar a nossa equipa: de momento estamos em processo de recrutamento de cerca de 80 novos colaboradores até ao período do verão.

As prioridades dos portugueses na segurança mudaram com a pandemia?

Sim, de uma forma geral, o conceito de segurança amplificou-se e as pessoas querem cada vez mais sentir-se confortáveis e seguras no lar, na empresa e em qualquer lugar em que estejam. Verificámos também uma especial preocupação pela segurança por parte dos pequenos comerciantes. Em parte, porque o confinamento obrigou muitos deles a encerrar os negócios por tempo indeterminado. Dentro da segmentação empresarial (PME), as pequenas empresas representam 46% do total das instalações de alarme, seguidas dos escritórios (39%) e armazéns (15%).

De que forma a digitalização e a IA está a entrar no negócio da segurança – e como é que isso se relaciona com a proteção de dados?

A segurança do futuro envolve a tecnologia colaborativa e a IoT, a humanização, wearables e drones. O futuro é estar mais ligado e, graças à tecnologia colaborativa, adaptada de uma forma intuitiva ao cliente e ao seu modo de vida, será mais fácil proteger, mesmo fora de casa. Fomos um dos pioneiros na instalação de dispositivos em casa ligados através da rede móvel, que é hoje a base da Internet das Coisas (IoT). Somos uma empresa IoT com 1.280.000 dispositivos ligados. O nosso desafio é a integração completa dos alarmes: estamos a trabalhar para uma integração completa de múltiplos componentes no alarme, para proteger o indivíduo em vários ambientes, seja na sua casa, no seu negócio ou na sua vida quotidiana. Os wearables darão lugar a dispositivos de visão por computador, que reconhecerão os pedidos de ajuda através de gestos ou humores. Dentro da proteção das pessoas, existem grupos mais vulneráveis, tais como os idosos, que requerem os seus próprios sistemas de segurança.

Em geral, o objetivo é que a tecnologia seja adaptada à vida do utilizador e que seja o mais discreta possível. Neste sentido, inovações como a visão térmica para detetar intrusos, câmaras adaptadas às necessidades específicas de cada cliente, sistemas anti-inibição IoT, nanosensores inseridos em paredes e pavimentos, e tecnologias relacionadas com reconhecimento de voz ou aprendizagem de som, entre outras ferramentas, já começam a ser aplicadas.

A humanização da tecnologia é um dos fatores fundamentais para a segurança do futuro, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de sistemas intuitivos que se podem adaptar ao estilo de vida do cliente e nunca se desligam. O objetivo é antecipar os acontecimentos antes que estes ocorram. Para este fim, aspetos como a biometria da voz, o reconhecimento facial e gestual, assim como outros elementos que garantem a segurança do lar, provaram ser fundamentais. No entanto, outra chave reside em ser uma segurança não intrusiva, tecnologia de proteção que tem uma interação intuitiva com o sistema.

Quanto à proteção de dados, isso está totalmente assegurada através de leis e regulamentos muito específicos e restritivos. A Securitas Direct cumpre escrupulosamente com as normativas vigentes e temos tolerância zero prevista face a qualquer atitude inadequada por parte dos nossos profissionais. Contamos com fortes sistemas de segurança, tanto físicos como digitais que garantem a proteção da informação dos clientes.

Do mesmo modo, aplicamos várias políticas internas e devidas medidas de segurança específicas no que toca à proteção de dados, que são auditadas regularmente por entidades independentes, especialistas nessa área, bem como pelo ACT e Ministério da Administração Interna. Estamos também certificados com a ISSO22301, que garante a continuidade do negócio.

Isso trouxe alterações aos recursos humanos – em número e em tipo de competências procuradas?

Estamos em processo de recrutamento e tínhamos previsto a integração de 80 novos colaboradores até ao verão, principalmente para a área comercial. Neste momento ainda temos cerca de 50% das vagas disponíveis e continuamos a reforçar as equipas. No último ano contratámos mais de 125 pessoas, e o que procuramos são candidatos com dinâmica, ambição e vontade de crescer e se desenvolver na empresa, pois oferecemos aos nossos colaboradores uma carreira com progressão garantida, dentro de um plano de formação contínua.

A tecnologia está cada vez mais presente neste negócio? E não há risco aqui?

A inovação está no centro do nosso negócio e faz parte do nosso ADN. Estamos constantemente a inovar para fornecer as soluções de segurança mais eficazes, inteligentes e seguras do mercado, bem como a melhor experiência do cliente ao interagir com o seu alarme e o nosso serviço. A nossa equipa de inovação não só trabalha na conceção e desenvolvimento de novos produtos, mas também na melhoria da instalação e manutenção dos sistemas, no serviço ao cliente e interação com o seu alarme através da aplicação e, claro, no fornecimento de mais inteligência ao serviço de monitorização de alarmes 24/7 pelos nossos operadores. Em Portugal, somos líderes em inovação no nosso setor, com mais de 2 milhões de euros atribuídos à I&D em 2020.

A nossa equipa de inovação tem dois centros de desenvolvimento em Madrid e Malmö (Suécia), onde mais de 350 engenheiros trabalham com uma vasta gama de especialidades (Internet das Coisas, processamento de imagem, reconhecimento de voz, segurança, conceção de interfaces de utilizador, Grandes Dados, automatização de processos empresariais…). Normalmente trabalhamos simultaneamente no desenvolvimento de 5 ou 6 inovações tecnológicas.

Fomos pioneiros no sistema de verificação de voz, imagem e anti inibição etc. e agora trabalhamos para conseguir enquadrar todas essas tecnologias dentro de um só serviço e dispositivo e humanizar a tecnologia, especialmente no que toca ao desenvolvimento de sistemas intuitivos que podem adaptar-se ao estilo de vida do cliente e que estão sempre conectados.