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Terminado o ciclo de apresentação dos resultados do primeiro trimestre deste ano é já possível concluir que os seis maiores bancos portugueses registaram lucros de 617,4 milhões de euros neste período, mais do que duplicando os resultados quando comparados com os 303,7 milhões atingidos entre janeiro e março de 2021. Só o BPI viu os resultados líquidos caírem de 60 milhões para 49 milhões na comparação trimestral. Já o Montepio inverteu os prejuízos de 15,9 milhões contabilizados no primeiro trimestre de 2021 para 11,4 milhões positivos este ano.
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O Millennium bcp, que ontem fechou esta ronda de divulgação das contas do primeiro trimestre de 2022, atingiu um resultado líquido consolidado de 112,9 milhões, montante influenciado negativamente pelos encargos com os créditos em francos suíços da operação na Polónia, justificou na ocasião. Sem esses custos, o lucro atingiria os 174,6 milhões. Em Portugal, a atividade do banco liderado por Miguel Maya gerou um resultado líquido de 107,6 milhões, um aumento de 29% face ao homólogo de 2021.
Neste primeiro trimestre do ano, o Santander Totta foi a instituição bancária com a melhor performance, apresentando lucros de 155,4 milhões, seguindo-se a Caixa Geral de Depósitos, com 146 milhões e o Novo Banco, com 142,7 milhões.
Atento ao Novo Banco
Ontem, na conferência de apresentação dos resultados, o presidente executivo do Millennium bcp, Miguel Maya, manifestou atenção à eventual venda do Novo Banco, mas fez questão de sublinhar que o objetivo do grupo “é o crescimento orgânico”. No entanto, “qualquer operação que vá ao mercado, nós olhamos para ela, mas não faz parte da nossa estratégia”, disse ainda. O gestor considerou que o banco “está muito melhor preparado” para operações deste âmbito e não deixará de “analisar se e quando essa operação for ao mercado”. Como afirmou ainda, “pode ser ou não do interesse do BCP”.
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A expectável subida das taxas de juro é uma matéria que não preocupa Miguel Maya. Segundo afirmou, “não perspetivamos que as taxas de juro venham a subir acima de 2%”, o que “não compromete a economia”. O CEO do banco frisou inclusive que “o aumento moderado das taxas vem normalizar a atividade do banco”. “Taxas negativas são uma anormalidade, não só nos custos para os bancos como para tomar decisões”, frisou.
No entanto, admitiu a existência de desafios para algumas empresas, principalmente para as altamente dependentes de energia e que “uma subida das taxas pode condicionar a sua viabilidade”. “Aí poderemos ter situações mais difíceis e precisar de aprovisionamento”.
Menos otimismo manifestou em relação à guerra da Ucrânia, quer quanto ao desfecho quer quanto à duração. “Temos de estar preparados para um contexto de elevada incerteza”, sendo que o conflito “é um tema maior” na subida da inflação que se vem verificando nos últimos meses.
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