//SIC emitiu 51 milhões em obrigações. Saiba o que acontece neste empréstimo

SIC emitiu 51 milhões em obrigações. Saiba o que acontece neste empréstimo

51 milhões de euros. Este é o montante que cerca de 10 500 investidores de retalho emprestaram à SIC, de acordo com o anúncio feito esta sexta-feira em sessão especial de apresentação de resultados. Depois de receber esta injeção de capital, a estação de Paço de Arcos terá agora de pagar uma taxa de juro bruta de 4,50% por ano aos investidores.

O momento mais sensível da operação irá ocorrer no dia 11 de julho de 2022. Nesta altura, a SIC, através do grupo Impresa, terá de garantir o reembolso do montante investido nas obrigações SIC 2019-2022.

Caso a estação não devolva o empréstimo ou não haja qualquer renegociação, será considerado um incumprimento. E como uma obrigação é um produto financeiro, não há qualquer fundo de garantia que assegure o reembolso dos montantes até aos 100 mil euros, ao contrário do que acontece nos depósitos a prazo – assegurados pelo Fundo de Garantia de Depósitos.

Do prospeto desta emissão consta um capítulo dedicado aos riscos inerentes a esta operação. A lista vai desde riscos de infraestrutura, a regulatórios, passando pelo enfraquecimento das condições económicas, bem como da situação financeira do próprio emitente, por saída de talento, perda de receitas de publicidade ou quebra dos contratos de distribuição dos canais pelas plataformas de televisão paga, entre outros, conforme o Dinheiro Vivo escreveu no dia 17 de junho.

O cenário de incumprimento, contudo, é raro, de acordo com os especialistas desta área – pode ler mais sobre esta situação através deste artigo: Deco Proteste. Dívida da SIC é atrativa, apesar do “alto risco”.

Esta foi a primeira ida ao retalho do grupo. Até aqui, a dona da SIC e do Expresso dirigia-se apenas a institucionais, mas com diferentes graus de sucesso. Em 2014, emitiu 30 milhões em dívida, tendo o reembolso ocorrido no final do ano passado. Já a segunda tentativa em 2017 caiu por terra, tendo a Impresa retirado a emissão de 35 milhões, invocando alterações de mercado de media: pouco tempo depois de ter anunciado a emissão, foi conhecida a tentativa de compra da TVI pela Altice (dona do Meo).

A SIC é a líder de audiências desde fevereiro, após ter suplantado, depois de 12 anos, a TVI nas preferências dos telespetadores.

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