//Sindicato acusa governo de ter “impedido grande parte dos trabalhadores de fazer greve”

Sindicato acusa governo de ter “impedido grande parte dos trabalhadores de fazer greve”

“O primeiro dia de greve dos trabalhadores da Portway, lançado pelo SINTAC – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil, ficou marcado pela excelente adesão dos trabalhadores efetivos da empresa de assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, adstritos ao setor de operações de placa”, declara o sindicato, fazendo contas à paralisação.

“Por mais que a empresa tente escamotear esta greve, o dia 26 de agosto ficou ainda marcado pelo histórico cancelamento de 60 voos em Lisboa, 33 no Porto e de atrasos substanciais em Faro e no Funchal”, descreve o sindicato, lamentando que o despacho ministerial que definiu os serviços mínimos “não permita que a grande fatia dos trabalhadores – os trabalhadores de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) – aderir”

O sindicato aponta o dedo ao governo, afirmando que “uma grande parte de trabalhadores ficou impedida de exercer o seu direito à greve”. E ainda que “valorize efetivamente o número de voos cancelados hoje e nos próximos dias”, saliente que os problemas e os objetivos principais desta greve ainda não foram alcançados.

O sindicato põe ainda em causa as declarações da Portway relativamente à substituição de trabalhadores em greve. “A empresa foge à verdade quando refere que não foi a Portway a contratar serviços para substituir grevistas. É do conhecimento de todos que os aeroportos são geridos pela Portway/ANA/Vinci – sobejamente conhecida como principal acionista e único na Portway.” E diz não entender o “alegado investimento” da empresa em instalações e condições de trabalho, dizendo que esse valor “deve estar a ser canalizado para viaturas e melhorias de condições apenas na sede”.

“Nos próximos dias iremos fazer chegar aos diversos meios de comunicação registos das deploráveis condições em que certos locais da empresa se encontram”, assegura ainda o sindicato, que acusa a diretora de RH da Portway de mentir no que diz sobre os salários. “São tudo falsidades. Os trabalhadores da Portway ganham bastante menos do que os de outra empresa que opera em Portugal. O SINTAC irá fazer chegar à comunicação social comprovativos de diversos recibos sobre o miserável salário dos trabalhadores da Portway e, ainda, demonstrações de como os feriados estão a ser pagos a 50%.”

Acusando a empresa de cortar salários aos funcionários, através das avaliações impostas, enquanto as chefias recebem prémios, o SINTAC esclarece ainda que fez chegar à ACT e ao MTSSS uma exposição sobre a contratação de serviços externos para substituição de grevistas, nomeadamente serviços de push-back (trator para empurra os aviões para a pista). “O regulador fez exercer as suas competências levando a cabo uma ação de fiscalização no aeroporto de Faro, Porto e Lisboa, em que no Aeroporto Humberto Delgado, as empresas como a Ryanair ou a Groundforce a exercer funções de push-back – funções que pode configurar crime à luz da legislação portuguesa.”