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A comissão executiva da Altice Portugal vai reunir com os sindicatos e comissão de trabalhadores da empresa, confirmou ao Dinheiro Vivo Jorge Félix, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice (STPT).
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A reunião terá lugar na sede da dona da Meo, em Lisboa, pelas 17h30. Segundo o sindicalista, a reunião foi convocado por iniciativa da comissão executiva, que é liderada por Ana Figueiredo, presidente executiva da Altice Portugal, na sequência da “Operação Picoas”.
Jorge Félix não detalhou expectativas para a reunião, uma vez que, defende o líder sindical, caberá à direção da empresa explicar aos trabalhadores o que está a acontecer e apontar um caminho de “estabilidade” na telecom.
A “Operação Picoas”, desencadeada em 13 de julho, resultou em quatro detenções, incluindo a do cofundador português do grupo Altice, Armando Pereira. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), coadjuvado pela Autoridade Tributária e Aduaneira, realizou cerca de 90 buscas em dois dias, incluindo à sede da Altice Portugal, em Lisboa, e à casa de Alexandre Fonseca, atual co-CEO da Altice International e chairman da Altice Portugal e da Altice USA.
Alexandre Fonseca não foi detido pelas autoridades, embora, segundo a RTP e CNN Portugal, seja suspeito de ter recebido, alegadamente, vantagens indevidas de quase meio milhão de euros e pago um imóvel por um preço abaixo do valor de mercado, na sequência da venda de ativos da Altice entre 2017 e 2018.
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A Altice anunciou esta segunda-feira que o co-CEO a nível global, Alexandre Fonseca, que deixou a presidência executiva da Altice Portugal em abril de 2022, suspendeu as suas funções executivas e não-executivas dentro do grupo para não prejudicar as operações da telecom. Antes, a dona da Meo já tinha anunciado a abertura de uma investigação interna.
A investigação do MP visa, sobretudo, Amando Pereira e um restrito circuito empresarial de Braga por suspeita da prática de crimes de corrupção, branqueamento, fraude fiscal e falsificação, incluindo, a “viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, bem como a “lesão dos interesses do Estado, em sede fiscal e da verdade tributária”, segundo o MP. O DCIAP acredita ter identificado uma “vantagem ilegítima” superior a 100 milhões de euros. Não obstante, segundo o Nascer do Sol, recai também sobre o cofundador da Altice a suspeita de ter desviado, alegadamente, 250 milhões de euros da telecom.
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