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Os trabalhadores da RTP cumprem neste sábado o primeiro de sete dias de greve em protesto contra a falta de progressão nas carreiras e de aumentos salariais, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav, ligado à CGTP) e que também tem a adesão do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC, ligado à USI).
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Em declarações à Lusa, o dirigente do Sinttav e trabalhador da RTP Nelson Silva recordou que esta greve sucede na sequência da greve às horas suplementares (convocada pelo Sinttav) que decorre desde dia 5 deste mês e que, afirmou, já levou a deixarem de acontecer várias emissões do programa Manchetes e uma emissão do 24 Horas (ambos da grelha informativa da RTP3).
Quanto à greve que começou este sábado o sindicalista disse não ter números da adesão e que “a RTP fez duplicar equipas” para impedir que emissões caiam.
Segundo explicou, se num programa há vários operadores de câmara se um fizer greve o trabalho faz-se. Contudo, há postos de apenas um trabalhador e aí a RTP dobrou equipas para evitar que com esse trabalhador em greve o serviço não se cumprisse.
“A empresa está a usar os precários que tem para dobrar equipas e nesse sentido ainda não caiu nada”, afirmou.
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Sobre as causas da greve, Nelson Silva disse que o argumento da empresa é sempre que “não tem dinheiro”, quer para progressão nas carreiras, quer para aumentos salariais, quando, afirmou, há “419 pessoas a ganharem mais de 5.000 euros brutos”.
“São eles que seguram a greve”, vincou, acrescentando que a empresa tem recentemente nomeado mais pessoas para lugares de direção mas “não há dinheiro para trabalhadores, para corrigir carreiras”.
Uma das reividicações é que há trabalhadores que executam funções para as quais não são pagos como tal, recebendo abaixo do que deveriam. O Sinttav fala em centenas de trabalhadores nesta situação e que deviam ser abrangidos pelos mecanismos de reenquadramento e reclassificações.
O que a empresa faz, diz, é todos os anos escolher cerca de 50 trabalhadores para reenquadramento, usando esse mecanismo como se de uma promoção se tratasse, quando esse reenquadramento é obrigatório pelo Acordo de Empresa.
A greve começou às 00:00 horas de hoje e termina às 23:59 de dia 20 de outubro.
Nelson Silva admite, contudo, que a paralisação possa ser renovada, se não houver abertura da empresa para negociações, além do recurso a outras vias, nomeadamente à tutela (Governo) e à Assembleia da República.
O dirigente sindical criticou ainda a falta de transparência que há na RTP, dizendo que se refugia na proteção de dados para não divulgar quanto ganham gestores, diretores, comparando com a BBC, em que diz que no seu ‘site’ tem disponível informação salarial, gastos em faturas (como Uber) e declaração de interesses.
A Lusa tentou contactar a RTP mas sem êxito.
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