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Com mais de meio século de existência, a Ancor – uma das maiores fabricantes de artigos de papelaria da Península Ibérica – orgulha-se de exportar os seus produtos para mais de 30 países e de ter encerrado o ano passado com um volume de negócios de cerca de 16,8 milhões de euros, tendo a área de papelaria representado mais de 90% do seu volume de vendas.
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Apesar dos bons resultados, como diz ao Dinheiro Vivo o gerente da empresa, Francisco Correia, a conjuntura económica afetou significativamente a atividade da companhia, principalmente devido à escassez e aumento dos custos do papel. “A forte procura ao longo de 2022 levou a uma situação descontrolada de aumento de preços, tornando impossível saber o preço de compra do papel até recebermos a fatura do mesmo”.
O que acabou por afetar a margem de lucro da papeleira, já que não foi possível refletir todos os impactos dos aumentos das matérias-primas nos preços de venda. “O facto de este aumento ter acontecido de forma contínua, descontrolada e imprevisível levou a uma impossibilidade de transferir todos estes incrementos para os preços de venda empurrando as margens para baixo de forma continuada”, revela o responsável. Atualmente, diz Francisco Correia, a situação do mercado do papel é de normalização progressiva. “Neste momento, os lead times de entrega das fábricas estão estáveis (com prazos normais de fornecimento), o preço estabilizou (embora em níveis historicamente muito elevados) e já é possível ter alguma previsibilidade”.
No entanto, a indústria papeleira e de papelaria continua a enfrentar muitos precalços, em especial, no que concerne aos desafios da economia global. E começam logo na necessidade de se fazer uma transicão para processos mais sustentáveis, que dêem resposta às questões da economia circular. Como tal, é imprescindível o investimento para tornar o processo mais eficiente, em termos energéticos, e para reduzir a dependência de energias não renováveis. “Em simultâneo, é necessário continuar a investir na melhoria da eficiência e da produtividade, através da automatização da robotização”, detalha o gerente. Pelo seu lado, garante Francisco Correia, a Ancor tem vindo a trabalhar para reduzir o impacto ambiental da sua atividade.
A empresa possui certificados FSC e PEFC desde 2016 e produz todos os seus produtos de moda escolar com certificação FSC. “Uma certificação ambiental que confirma que o uso da floresta está a ser feito de modo responsável e sustentá́vel”, explica, adiantando que toda a energia elétrica que a empresa consome é proveniente de fontes renováveis. Ao mesmo tempo está ser estudado um projeto para instalar capacidade de produção de energia para autoconsumo. “Estamos a trabalhar num projeto de investimento para automatizar e robotizar a nossa produção, com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir o desperdício”, revela Francisco Correia.
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O gerente da Ancor alerta ainda para a necessidade de olhar para o futuro desta indústria “com uma nova visão estratégica”, devido aos desafios e às oportunidades que enfrenta. O surgimento de novos conceitos de retalho “low cost” que afeta os canais tradicionais de distribuição, ou, por outro lado, o aumento exponencial das vendas online, que permite chegar a um número crescente de consumidores a nível global, são alguns dos fatores que aponta e aos quais é preciso dar a devida importância num futuro próximo.
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