A TAP esteve ontem reunida com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil e terá indicado que a pretende avançar para o regime de lay-off. A companhia aérea de bandeira tem grande parte da sua frota em terra e, a partir de amanhã, deixará de realizar voos para o estrangeiro até ao dia 4 de maio, operando apenas algumas ligações para a Madeira e Açores.
O setor da aviação civil, um pouco por toda a Europa, enfrenta dias difíceis devido à pandemia. Primeiro, os receios em torno da propagação do covid-19 fizeram as empresas cancelar centenas de voos. Posteriormente, e com o vírus a atingir em força a Europa, os governos começaram a impor restrições de movimentos, para tentar limitar o contágio, deixando os aviões em terra.
Questionado sobre a possibilidade de nacionalização de empresas, o O ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que deu esta manhã uma entrevista à TSF, sublinhou que o Executivo está empenhado em “preservar a continuidade do País e das atividades estratégicas”, embora não tenha escondido que “o Estado português tem ferramentas para nacionalizar empresas” caso seja necessário.
Concretamente em relação à TAP – que antes da crise provocada pela pandemia tinha registado dois anos de prejuízos superiores a 100 milhões de euros – Pedro Siza Vieira salientou que o Estado tem um interesse na empresa, devido ao ser “carácter estratégico”.
Durante os anos da troika a transportadora aérea foi privatizada, sendo que essa privatização foi parcialmente revertida na anterior legislatura, tendo atualmente o Estado uma participação de 50%, o consórcio Atlantic Gateway (privados) 45% e os funcionários uma participação de 5%. Contudo, a administração da empresa está a cargo dos privados.
“O Estado é sócio na TAP e tem um interesse não apenas como acionista mas também pelo carácter estratégico que a empresa tem. O Estado decidiu que devia ter uma participação estratégica na TAP, uma participação de 50% que lhe garante que qualquer decisão sobre o futuro da companhia é sempre tomada com a intervenção do Estado. E também neste caso o Estado não deixará de usar todos os poderes ao seu dispor para salvaguardar a posição estratégica da TAP”, garantiu o ministro da Economia em entrevista.
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