//Siza Vieira: Perto de dois terços do crédito do setor do alojamento turístico está sob moratória

Siza Vieira: Perto de dois terços do crédito do setor do alojamento turístico está sob moratória

Numa altura em que falta menos de dois meses para o fim das moratórias bancárias, o setor do turismo continua a atravessar dias difíceis, com os níveis da atividade longe dos números registados antes da pandemia. Para ajudar o setor, o governo já começou pôs em marcha mecanismos para o pós-moratórias, como garantias públicas que permitem o alargamento dos prazos de reembolso dos créditos. O ministro da Economia, que participou num webinar promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), reconheceu que o alojamento para turistas vai continuar a precisar de apoio e indicou que menos de dois terços dos créditos deste setor estão sob moratória.

“No conjunto dos apoios tivemos, cerca de 3400 milhões de euros foram dirigidos ao turismo, dos quais 1400 milhões de euros a fundo perdido. As moratórias introduziram a hipótese de poupança no setor daquilo que normalmente teria de ser despendido a favor do setor bancário. Se o setor [do turismo] foi o mais violentamente impactado pela pandemia, foi também o mais apoiado”, começou por dizer Siza Vieira.

O turismo, uma parte do comércio a retalho, transportes e alguns segmentos da indústria transformadora foram das atividades económicas mais penalizadas pela pandemia do novo coronavírus. E o governante indicou que, no conjunto destes setores, existem cerca de oito mil milhões de euros em crédito sob moratória.

“Aprovámos um programa que permite que, se as empresas nestes setores mais afetados e os seus bancos acordarem uma prorrogação do prazo residual da dívida, o Estado estará disponível para garantir 25% dessa dívida sob moratória que assim seja reestruturada ou refinanciada. A ideia é que esta garantia pública está condicionada a um alargamento da carência de capital de, pelo menos, seis meses e de uma prorrogação do prazo remanescente da dívida pré-moratória em mais 50% com o mínimo de um ano”, explicou.

O titular da Economia avançou ainda que a banca já começou a apresentar as suas estimativas da carteira de créditos sob moratória que vai precisar deste apoio revelado há umas semanas pelo Executivo. “Os números que vamos tendo estão em linha com o que íamos estimando. De entre o conjunto de setores onde existe maior stock de divida que vai beneficiar disto está o alojamento”, salientou.

Mais à frente, e respondendo a questões, Siza Vieira acrescentou que no setor do alojamento turístico “temos um conjunto de crédito vivo e só 63% está sob moratória. Há uma parte do crédito às empresas do turismo e alojamento em que as empresas continuaram a cumprir o seu serviço de divida”.