VASP e os seus editores de jornais e revistas distribuídos pela empresa lançaram uma plataforma digital, o Jornal em Casa, que vai permitir aos leitores detetar qual o ponto de venda da sua área de residência que está a fazer entregas em casa. Durante seis semanas, as entregas, asseguradas pelos pontos de venda, são gratuitas.
A iniciativa, no âmbito da ação Soldados de Papel, que visa destacar o papel dos pontos de venda na cadeia de valor, foi inspirada em iniciativas realizadas no Reino Unido e Itália, em que durante o confinamento originado pela pandemia do Covid-19 as publicações eram entregues em casa pelos pontos de venda, explica Paulo Proença, administrador delegado da Vasp, empresa detida pela Cofina, Imprensa e Global Media Group (o mesmo do Dinheiro Vivo).
O serviço de entrega em casa é assegurado pelo ponto de venda, o site faz a ponte com o leitor interessado em receber no domicílio a sua publicação. Da rede de mais de 7 mil pontos de venda da VASP, dos quais 5.500 quiosques e pontos de venda tradicionais, cerca de 250 têm este serviço de entrega em casa dos clientes.
No site, o cliente deteta o ponto de venda com o serviço (com base no código postal), tratando o responsável do quiosque com o cliente a forma de pagamento e entrega das publicações escolhidas.
Com as entregas gratuitas durante seis semanas, os editores contribuem ajudando o ponto de venda com o custo de entrega, tendo apenas de o cliente entregar ao ponto de venda (que depois envia à Vasp) os cupões obtidos no site que servem de prova de entrega. Paulo Proença não revela o valor do contributo dos editores.
A iniciativa visa apoiar os pontos de vendas numa fase de quebra de vendas das publicações em banca, impactados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, num momento em que, com a reabertura da economia, os pontos de venda voltam a abrir portas.
Durante o confinamento, cerca de 25% da rede de distribuição da VASP fechou, cerca de 2 mil pontos de venda. “Temos neste momento 700 ainda encerrados, e temos indicação de que, até ao final do mês, cerca de 100 irão reabrir”, diz Paulo Proença, ao Dinheiro Vivo.
A quebra de vendas foi assinalável. “Em abril registamos uma quebra de vendas média de 40%. Temos tido alguma evolução positiva com o desconfinamento da economia, sobretudo nesta segunda fase com a abertura dos cafés e restaurantes que compram para consumo próprio, mas ainda registamos quebras na ordem dos 30%. No caso dos desportivos foi cerca de 70%, mas com o retomar do campeonato (em junho) esperamos que haja uma melhoria”.
“Temos tido prejuízos grandes, mas não obtivemos nenhuma resposta”, diz Paulo Proença. “A nossa posição é que os apoios sejam extensíveis a toda a cadeia de valor”. Neste momento, a única medida extraordinária de apoio aos media foi a compra antecipada de 15 milhões de euros de publicidade institucional.
A VASP dá emprego direto e indireto a cerca de mil trabalhadores.
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