Partilhareste artigo
A Solzaima, líder nacional na produção de equipamentos de aquecimento a biomassa, acaba de inaugurar uma nova unidade fabril, em Águeda. O investimento, no valor de 10 milhões de euros, vai permitir quase duplicar a capacidade produtiva da empresa, especializada no fabrico de salamandras, recuperadores e caldeiras a lenha e a pellets, posicionando-a como candidata à liderança ibérica. “Estamos no top três dos principais players ibéricos; com este investimento ficamos muito bem posicionados para disputar a liderança. O nosso objetivo é chegarmos aos 20 milhões de euros de faturação nos próximos cinco anos, essencialmente através das exportações. Em Portugal temos já uma quota muito relevante, pelo que dificilmente poderemos crescer muito mais”, diz Nuno Sequeira, CEO da Solzaima.
A progredir em média 10% nos últimos três anos, a Solzaima fechou 2019 com vendas de 15 milhões de euros, dos quais 35% exportados para Espanha e França, onde conta já com uma rede de agentes, mas também para Irlanda, Itália, Bélgica ou Brasil, mercados ainda embrionários, onde tem vindo a apostar. A meta é que, dentro de cinco anos, as exportações assegurem já metade do seu volume de negócios.
Com uma atividade muito dependente do acesso à residência do cliente para a instalação dos seus produtos, a Solzaima viu as suas vendas caírem cerca de 30% entre março e agosto. Fruto da sazonalidade natural do seu negócio, em que 60% das vendas são feitas nos meses de setembro a dezembro, mas também dos confinamentos nos vários mercados. “Felizmente, a partir de setembro, as vendas cresceram bastante e as coisas recompuseram-se, vamos ver como correm novembro e dezembro, depende sempre se vamos ter confinamentos mais duros ou não”, diz Nuno Sequeira, que se mostra confiante numa rápida recuperação.
“A pandemia trouxe-nos um travão em 2020, mas estou confiante que o racional dos nossos produtos não mudou a longo prazo. Somos a forma mais económica de aquecer uma casa e isso não se alterou”, defende. Aliás, quanto mais as famílias ficarem por casa, mais provável é que se disponham a investir no conforto do lar, acredita.
Subscrever newsletter
Fundada em 1978, a Solzaima foi adquirida em 2008 pela Explorer Investments, empresa portuguesa de private equity, que entretanto a vendeu à sua congénere HCapital. Nuno Sequeira está na unidade desde 2008. Quando chegou, a empresa tinha 50 trabalhadores, faturava sete milhões e estava centrada no mercado nacional. O desenvolvimento das novas gamas de produtos a pellets (pastilhas de madeira florestal seca e compactada) permitiu criar equipamentos “mais eficientes”, com mecanismos automáticos e grande incorporação de software, que valem hoje 65% das vendas. A Solzaima dá emprego a 170 pessoas, dos quais mais de 20 são engenheiros.
A sustentabilidade, que é a base dos produtos que fabrica, é uma aposta também na própria empresa, que aproveitou o novo investimento para instalar painéis solares e uma nova linha de pintura não poluente. Além disso, deu início à renovação da sua frota, com recurso a veículos elétricos. “O nosso ADN é esse, produzimos coisas sustentáveis e ecológicas. Achámos que fazia sentido fechar o ciclo”, diz.
Deixe um comentário