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A Sonae IM surgiu, em 2015, numa discussão no seio da Sonae sobre áreas de crescimento, sendo que o grupo já tinha experiência em investimentos em empresas de tecnologia.
“Vimos que havia uma oportunidade interessante, uma área de crescimento forte” em empresas de tecnologia, onde se inclui “o benefício que traria aos negócios da Sonae na altura”, conta o responsável.
“E foi com a experiência que havia em algumas pessoas dentro do universo Sonae” que surgiu a subsidiária Sonae IM, com o objetivo de “ser um investidor ativo em empresas de base tecnológica”, acrescenta.
A aposta é criar e gerir um portefólio de empresas de base tecnológica “a nível mundial e distintivo”, aponta Eduardo Piedade.
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“E foi assim que nós começámos, já tínhamos algumas empresas no portefólio como a WeDo, a Saphety e a Bizdirect e tínhamos feito um investimento em 2014 em cibersegurança, na S21Sec”, prossegue, apontando que foram identificadas três áreas de investimento: tecnologias para retalho, para telecomunicações e cibersegurança.
Para os primeiros cinco anos de atividade, a Sonae IM tinha o objetivo de investir 200 milhões de euros.
“E investimos 200 milhões de euros”, remata Eduardo Piedade.
“Nestes cinco anos analisámos mais de 2.000 empresas — é normalmente um rácio de 1%/2% as empresas que conseguimos finalizar e investir”, diz, adiantando que quando o objetivo dos 200 milhões foi definido, a ideia era investir entre 40 a 50 milhões de euros por ano.
Neste período, “investimos em mais de 40 empresas, cerca de 44, não contando que fizemos a aquisição de uma participação de um fundo de uma atividade secundária, a Armilar, que só aí trazia mais 22 empresas”.
Descontando estas 22 empresas, “investimos em 44 empresas cerca de 200 milhões de euros”, salienta.
“Estamos bastante contentes com o que conseguimos e também o sucesso que tivemos não só a construir esse portefólio, mas também em algumas vendas que fomos fazendo ao longo do caminho”, sublinha.
“Conseguimos atingir a nossa ambição de construir um portefólio distintivo a nível internacional, de soluções inovadoras, em que ainda por cima conseguimos fazer algumas vendas pelo caminho e já retornámos 160 milhões desses 200 milhões que investimos”, afirma.
“Ainda temos um portefólio de cerca de 37 empresas ativas com quem continuamos a trabalhar. Estas aquisições, algumas delas foram para juntar a outras empresas, mas fizemos algumas vendas já e vendas parciais” em que “o retorno foi bem superior a duas vezes o investimento que nós fizemos”, sublinha o presidente executivo.
A Sonae IM tem investimentos na Europa, Estados Unidos, Ásia, Israel até à Nova Zelândia, mas ainda não marca presença na América Latina.
“Temos a flexibilidade de ter participações minoritárias e maioritárias” nas empresas tecnológicas, dependendo do segmentos analisados e do risco do retorno potencial, diz, não existindo qualquer “restrição do período de detenção” das mesmas.
Ou seja, o período de tempo em que a Sonae IM fica numa tecnológica “não tem limite”.
“Aquilo que queremos é a melhor empresa, com a melhor equipa de gestão, com a melhor tecnologia, com a melhor solução numa determinada área, esteja sediada em Singapura, nos Estados Unidos ou na Europa, para nós é indiferente”, reforça.
Sobre as metas para os próximos cinco anos, o presidente executivo diz ser “continuar a encontrar empresas atrativas em áreas de crescimento”, de forma contínua e reforçar o portefólio.
Questionado sobre se o investimento para o próximo quinquénio rondará os 200 milhões de euros, Eduardo Piedade afirma: “Nós gostávamos de investir mais, existe a vontade de mais investimento, pelos resultados que obtivemos e pela importância” cada vez maior das empresas tecnológicas em tudo.
Como empresa investidora, diz, gostaria de “encontrar 2.000/3.000 empresas para avaliar e em vez de investir em 40, investir em 60 ou 70 empresas nos próximos cinco anos”.
O investimento da Sonae IM em 2020, ano do início da pandemia, foi de cerca de 20 milhões de euros.
Entre as tecnológicas em que a Sonae IM tem participações constam a Sellforte (Finlândia), Visenze (Singapura) ou a Sensei (Portugal), na área do retalho. Na área da cibersegurança, tem posições na norte-americana Arctic Wolf ou na israelita Sixgill, entre outras.
Nas comunicações, conta com participações na Cellwize (Singapura), entre outras.
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