//Sotheby’s a crescer abre portas a mais 50 colaboradores

Sotheby’s a crescer abre portas a mais 50 colaboradores

A Sotheby’s, imobiliária especializada em casas de luxo, quer recrutar mais 50 colaboradores até ao final do ano para dar resposta ao crescimento do negócio no país. A empresa dirigida por Miguel Poisson, que acaba de abrir uma loja em Oeiras, perspetiva para este exercício um incremento de 26% nas vendas face aos 300 milhões de euros registados em 2019. Mercados como o do Porto, “claramente em expansão e cada vez mais apetecível, nomeadamente para brasileiros e franceses”, vão alavancar o negócio, estima o responsável. O fim dos ‘vistos gold’ não assusta a imobiliária.

Segundo Miguel Poisson, o segmento de luxo está agora estável, mas já garantiu a sua quota de mercado. O país também despertou o interesse de compradores de novas geografias, como os americanos e os indianos. Por isso, a Sotheby’s “quer dinamizar e aumentar as equipas nas lojas para reforçar a presença da marca” no território. O objetivo é responder até ao fim do ano por uma equipa de 250 pessoas.

A imobiliária tem cerca de cinco mil imóveis premium em carteira, “a maior base de dados no segmento de luxo em Portugal”, entre usados e obra nova, diz o responsável. Em Lisboa e Porto, os promotores estão a desenvolver um conjunto de empreendimentos de raiz que vão dar resposta à procura de imóveis por estrear. Apesar deste mercado não ser para todos os bolsos, Miguel Poisson frisa que, desde finais de 2018, há uma estabilização dos preços e 2020 “é claramente um ano de consolidação” dessa tendência.

Decisão política
Os vistos gold valem “um dígito pequeno” no negócio da Sotheby’s. No entanto, o fim deste regime “é uma má notícia para o setor imobiliário, mas sobretudo para o país. Para Miguel Poisson, esta medida vai limitar a procura e “terá um impacto colateral nos setores que gravitam à volta do imobiliário, como a construção, a engenharia, o design…”.

O gestor não tem dúvidas de que face à decisão tomada pelo governo “muitos investidores irão para outros países”, quando “o peso dos ‘vistos gold’ é muito baixo” no total das transações do setor. Como realça, “num mercado de 25 mil milhões não chega aos 700 milhões, é muito pequeno”.

Mais preocupado está com as alterações ao regime fiscal dos residentes não habituais. Neste caso, o governo aprovou a aplicação de uma taxa de 10% sobre os rendimentos das pensões. “Espero que estas mudanças não travem muito o número de estrangeiros a instalar-se em Portugal”, diz. Para a Sotheby’s, cujo valor médio de transação está ligeiramente acima de um milhão de euros, os estrangeiros valem metade do seu negócio anual.

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