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O Super Bock Group está apostado em atingir a neutralidade carbónica da sua fábrica de cerveja, em Leça do Balio, até 2028 e na totalidade das suas operações, que inclui as unidades em Pedras Salgadas, Vidago, Castelo de Vide e Envendos, dois anos depois. No total, vai investir 17 milhões de euros, valor que inclui as candidaturas submetidas ao Plano de Recuperação e Resiliência.
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A eficiência energética é “uma das principais prioridades” e contempla a instalação de 28 mil painéis solares em todas as unidades do grupo, o que representará uma área total de 60.500 metros quadrados, ou seja, o equivalente a seis campos de futebol. Um investimento que está já em marcha e que permitirá à empresa reduzir as suas emissões em mais de três mil toneladas ao ano.
Na primeira fase, que estará concluída até ao final do ano, serão instalados 4.129 painéis solares na fábrica de Leça do Balio e no centro de produção de Pedras Salgadas. Mas será na segunda fase, que deverá arrancar já no início de 2023, logo que estejam concluídos todos os processos de licenciamento necessários, que será implementado “um dos maiores projetos de energia solar numa cervejeira”, com a instalação de 24 mil painéis solares, em terrenos contíguos à fábrica. Ocuparão o equivalente a cinco campos de futebol.
A central terá capacidade para produzir 13,5 GWh (gigawatts) ao ano, sendo que só cerca de 62% desta energia será necessária às operações da fábrica. Os restantes 5 GWh/ano, equivalentes ao consumo anual de mil habitações familiares, serão destinados à criação de uma comunidade de energia em Matosinhos, num raio de quatro quilómetros da fábrica.
Rui Lopes Ferreira, CEO do Super Bock Group, apresentou, esta amanhã, este Roteiro para a Descarbonização da cervejeira durante o lançamento oficial do programa ‘Matosinhos Neutralidade Carbónica 2030’. À margem do evento, este responsável explicou ao Dinheiro Vivo que o projeto está integrado na estratégia de sustentabilidade do grupo, cujo desígnio é “devolver à natureza mais do que recebemos”.
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Além das iniciativas para diminuir o consumo de água, o grupo está hoje muito focado na questão das emissões. “A eficiência energética é, neste momento, uma prioridade, não só porque os preços atuais da eletricidade são o que são, mas vem ajudar nessa matéria”, admite Rui Lopes Ferreira. O projeto solar, que contempla um investimento total de sete milhões, tem a sua primeira fase já praticamente concluída. “Estamos a dar muito gás a isto, esperamos ter todos os licenciamentos necessários para arrancar com a segunda fase já no início do próximo ano”, frisa.
Em curso estão também uma série de projetos para aumento da eficiência energética dentro da fábrica, designadamente nos processos de enchimentos e nos sistemas de refrigeração, “com a aquisição de diversos equipamentos que virão aumentar significativamente a eficiência e reduzir o consumo”, explica este responsável. Vitais para a meta da neutralidade carbónica da fábrica em 2028 são as caldeiras de biomassa que o grupo pretende instalar.
Segundo Rui Lopes Ferreira, a instalação dos painéis solares permitirão ao grupo reduzir em cerca de 10% as suas emissões atuais, sendo que a instalação de equipamentos mais modernos e mais eficientes contribuirá para cortar outros 10%. “Com as caldeiras a biomassa reduziremos as restantes emissões de carbono, porque isso nos permitirá desligar o equipamento de cogeração que temos e que é um dos grandes emissores de carbono”, avança.
O grupo tem já outros projetos em curso para compensar as suas emissões de gases com efeito de estufa, como é o caso do projeto de reflorestação que tem em curso em Pedras Salgadas, com o apoio da ANP|WWF, e que pretende expandir o atual espaço arbóreo de 20 hectares do Pedras Salgadas SPA & Nature Park para 26,3 hectares.
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