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“Portugal pode não ser o maior país em termos geográficos mas é muito grande em termos de talento e capacidade de trabalho. É impressionante o trabalho desenvolvido pela equipa portuguesa em apenas cinco anos”. A afirmação é de Ethan Hollinshead, lead product manager para app experience do Uber Eats, que falou ao Dinheiro Vivo a propósito do lançamento do subserviço Uber Venue em Portugal, revelando que o serviço será expandido também para aeroportos.
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O Uber Venue é a designação oficial do Uber Live, estreado no país durante o festival Rock in Rio, permitindo aos utilizadores fazer um pedido antecipadamente e recolhê-lo no próprio local sem ter de esperar por um estafeta ou aguardar em filas, sem taxas adicionais. O serviço foi inicialmente lançado nos Estados Unidos a pensar nos grandes eventos desportivos, estando Ethan Hollinshead por trás da sua implementação.
“Globalmente, o produto tem sido um sucesso”. A Uber vai “replicar uma experiência semelhante em recintos desportivos e aeroportos de todo o mundo”. O gestor do Uber Eats não apontou, contudo, datas.
A ideia de levar a nova abordagem de encomendar comida a aeroportos justifica-se com o facto de a Uber ter uma “base global de 122 milhões de utilizadores mensais em mais de 70 países” e, no caso dos aeroportos, “uma percentagem significativa pede um Uber para chegar ao aeroporto”, de acordo com o responsável.
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Além do alargamento do Uber Venue a aeroportos, Ethan Hollinshead revela que a empresa está “a implementar, a nível global, sistemas de pedidos mãos-livres através da integração com o Google Assistant para fazer pedidos de voz no Uber Eats”. “Esta nova ferramenta foi recentemente integrada na app em Portugal”, realça.
“Portugal tem sido um mercado estratégico para a operação da Uber na Europa. Trata-se de um país aberto à inovação”, sublinha.
Quanto a mais novidades, Hollinshead lembra que a plataforma continua focada no projeto piloto que prevê entregas autónomas, asseguradas ou por veículos autónomos ou por robôs. Mas ainda não há uma ideia de quando esse cenário será uma realidade global. Para Diogo Aires Conceição, general manager do Uber Eats em Portugal e Itália, essas novidades estão em linha com o “crescimento acelerado do mercado de entregas ao domicílio globalmente [da Uber], uma tendência que foi verificada também no mercado português”.
Prestes a assinalar cinco anos de atividade do Uber Eats em Portugal, o gestor afirma ao Dinheiro Vivo que a plataforma da empresa já cobre “mais de 75% da população portuguesa e está disponível em mais de 90 cidades”, incluindo uma oferta de mais de 8800 restaurantes e comerciantes portugueses. A Área Metropolitana de Lisboa foi a zona que mais cresceu no mapa de cobertura do Uber Eats, diz Diogo Aires Conceição.
Aproveitando o balanço, o Dinheiro Vivo questionou o gestor sobre a discussão que está em cima da mesa, no Parlamento, sobre a relação laboral entre as plataformas e os estafetas. Diogo Aires Conceição defende que “a nova proposta de lei laboral pode colocar milhares de empregos em risco, paralisando as pequenas empresas na sequência da pandemia e durante um período economicamente difícil, e prejudicando os serviços vitais de que os utilizadores em Portugal dependem. Queremos trabalhar com todas as partes relevantes para robustecer o trabalho nas plataformas sem comprometer a flexibilidade que os estafetas querem”.
As últimas contas do Uber Eats (segundo trimestre) indicam que a plataforma registou entregas num valor total de 13,9 mil milhões de dólares (cerca de 14 mil milhões de euros), em todo o mundo. A empresa não desagrega as contas. A entrega de comida é o que continua a gerar mais receita, segundo o gestor.
Atualmente, Portugal também está em destaque no mapa da Uber, com a multinacional de origem norte-americana a anunciar este mês que o centro de excelência instalado em Lisboa, há um ano, já é o maior na atividade da empresa na Europa.
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