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“Decidimos que é o mais acertado e justo a fazer.” Foram as palavras de Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, esta terça-feira, em conferência de imprensa, confirmando a decisão tomada pela companhia aérea, na semana passada, de aplicar uma redução de 10% nos cortes salariais dos pilotos – passando dos atuais 45% para 35% – e de aumentar o patamar salarial mínimo daqueles que não irão sofrer cortes de 1330 para 1410 euros.
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Na sessão de esclarecimento à imprensa, na sede da transportadora, em Lisboa, a presidente executiva avançou que a medida de redução de corte será aplicada nos salários dos pilotos ainda este mês, com efeitos a partir de dia 1 de junho. Já quanto ao valor mínimo fixado para os funcionários que não terão redução salarial, Christine Ourmières-Widener diz que, em números, isto significa que “82% dos trabalhadores continuarão a sofrer cortes no salário”.
Depois de não ter conseguido chegar a um acordo com os sindicatos nas negociações, a CEO adiantou que, numa altura em que a TAP se encontra em fase de reestruturação, “isto é o que lhe é comportável”. Apesar de estar a voar mais, tendo já atingido 90% dos números registados em 2019, a companhia está “a ultrapassar uma situação bastante desafiante”, garante a responsável.
“São tempos desafiantes para todos”, prosseguiu a CEO. Afirmando que a TAP quer manter uma “boa relação com os seus sindicatos”, Ourmières-Widener disse compreender algumas reações “porque as questões que têm sido discutidas são críticas não só para o futuro da companhia, como para o dos seus trabalhadores”. “Aquilo que espero para o futuro é que haja respeito de ambas as partes”, acrescentou.
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Questionada sobre a possibilidade de haver greve por parte dos trabalhadores, Christine Ourmières-Widener adiantou que, “até agora, não há confirmação de greves, mas veremos”. “Penso que todos os trabalhadores têm conhecimento da atual situação da TAP e percebem que qualquer interrupção será crítica para o futuro da companhia”, sublinhou a responsável.
Outros cenários negativos colocam-se em cima da mesa. Com as condições laborais a revelarem-se mais vantajosas noutras companhias aéreas fora do país, deverá a empresa portuguesa temer a perda de pilotos? “Até ao momento, não perdemos nenhum”, assegurou a CEO, dizendo que, contudo, “é melhor antecipar”. Apesar de ser uma “tarefa complicada”, Ourmières-Widener afirmou que a companhia tem unido esforços para manter os pilotos.
A gestora observou ainda que a TAP tem vindo a trabalhar a sua comunicação com os sindicatos, de modo a “clarificar determinados pontos ou desentendimentos”. Apontando a “difícil situação financeira” que a companhia atravessa, a responsável garante que a “administraçãode tudo tem feito para salvar a transportadora” e garantir que esta segue uma linha “sustentável e lucrativa”. Ainda que os sindicatos tenham pedido a sua demissão, a dirigente da TAP vincou a vontade de continuar no cargo.
Notícia atualizada às 20h22 do dia 21 de junho de 2022
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