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Os planos para a injeção de quase mil milhões de euros nos cofres da TAP em 2022 mantêm-se. A medida, já conhecida, não sofreu qualquer alteração na proposta inscrita no Orçamento do Estado para 2022, entregue esta quarta-feira, 13, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, ao ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.
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“Em 2022, no âmbito do plano de reestruturação da TAP conforme aprovado pela Comissão Europeia, encontra-se previsto um apoio financeiro, por parte do Estado Português, de até 990 milhões de euros”, lê-se no documento.
De acordo com o governo, este será o último ano em que a transportadora recebe apoio financeiro no âmbito do plano de reestruturação de que está a ser alvo, aprovado pela Comissão Europeia em dezembro de 2021, numa fatura total que custará ao Estado 3,2 mil milhões de euros.
Bruxelas previu que a intervenção à companhia aérea de bandeira fosse concretizada em duas modalidades: ao nível da reestruturação – com um cheque aprovado de 2,55 mil milhões de euros – e no quadro de compensações por danos covid.
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A empresa liderada por Christine Ourmières-Widener recebeu um empréstimo, convertido em capital, de 1,2 milhões de euros em 2020 e 998 milhões de euros no ano passado. Destes, uma fatia de 462 milhões de euros dizem respeito a compensações por danos covid e 536 milhões de euros foram recebidos através de um aumento de capital.
TAP “está no caminho certo para servir a economia portuguesa”
Tanto o governo como a TAP já garantiram que o cheque passado à companhia aérea é suficiente e que não será necessária uma nova injeção de dinheiro. Pedro Nuno Santos assegurou ontem que o plano de reestruturação da TAP está a ser cumprido que a transportadora está “no caminho certo para se tornar “viável” e servir a economia nacional.
” [A TAP] está a cumprir melhor do que estava previsto no plano de restruturação e isso é um sinal de que o plano está a ser cumprido e estamos no caminho certo para que a empresa possa ser uma empresa viável e possa continuar a servir a economia nacional”, atestou aos jornalistas o ministro das Infraestruturas e da Habitação à margem da cerimónia de assinatura de acordos e o município do Porto e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Os prejuízos históricos da TAP de 1599,1 milhões de euros, conhecidos esta semana, não preocupam o ministro que defende que os resultados “são melhores do que o previsto” e assegurou que a TAP “passará a ser um ativo importante que contribui para a economia nacional”.
Já a CEO da TAP garantiu que “não há margem para falhar no plano”. “Estamos a cumprir o plano. E depois desse montante não poderemos receber dinheiro nos próximos 10 anos. Por isso, é melhor termos a certeza de que é suficiente, porque depois disso está feito”, disse em entrevista ao Jornal de Negócios, na terça-feira, 12.
A transportadora aérea nacional registou, no ano passado, o pior resultado de sempre. As contas da companhia deram nota de um prejuízo de 1599,1 milhões de euros, ou seja, um tombo superior em 368,9 milhões face 2020 e dez vezes superior aos 106 milhões de euros negativos registados no pré-pandemia, em 2019.
A TAP prevê atingir nos próximos meses de verão uma operação de 90% face a 2019.
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