A TAP quer dar um novo salto para afirmar Portugal como “gateway internacional”: colocar o pé na Ásia, elo que se perdeu com o encerramento da rota direta que ligou Lisboa a Pequim pelas asas da Beijing Capital Airlines.
“O grosso da atividade da TAP está no Atlântico Norte, América Central e do Sul, Europa e África, mas também há o desejo de criar – e está no nosso plano estratégico – uma rota para a Ásia”, revelou esta quinta-feira Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração da TAP, durante a Air Summit, cimeira da aviação que decorre até sábado em Ponte de Sôr.
Criada em julho de 2017 pela Beijing Capital Airlines, a primeira ligação aérea entre Lisboa e Pequim transportou mais de 80 mil passageiros, com uma taxa de ocupação entre 80% e 95%, nos meses de menor e maior ocupação. No entanto, as dificuldades do grupo chinês HNA acabariam por ditar o fim da rota ao fim de um ano e três meses de operação. A ordem para vender ativos também resultou na venda da participação que os chineses detinham no consórcio privado da TAP, o Atlantic Gateway, que resultou num reforço da participação de David Neeleman.
“Deixámos de ter uma perna na Ásia, mas está previsto no nosso plano estratégico que a própria TAP possa operar para a Ásia e a porta de entrada será aqui, naturalmente, em Lisboa, indicou o responsável português numa apresentação sobre a importância da TAP para o turismo. O plano que permitirá fechar o círculo da TAP não é para já, mas sim “dentro de algum tempo, a médio prazo”, disse Frasquilho. “Precisamos de expandir a nossa posição no Atlântico depois olharemos para a Ásia e aí sim seremos um gateway internacional”.
Mais para breve, Miguel Frasquilho recorda que há um plano ambicioso de expansão, que já arrancou no ano passado e que passa por destinos como Telavive, rota iniciada esta primavera, ou Washington, Chicago e Boston, para este verão.
Para o próximo ano também haverá novidades: a TAP quer reforçar em destinos onde já opera e promete “mais rotas para a América Sul”. Nos planos estão já Houston, mas também há projetos para avançar para Joanesburgo e Buenos Aires.
A mais curto prazo, a companhia aérea promete resolver os atrasos e cancelamentos que, no ano passado, contribuíram decisivamente para um prejuízo financeiro de 118 milhões de euros. “Este ano não contarão – talvez só se por fatores residuais – quer com cancelamentos quer com atrasos devido a razões internas da TAP”, prometeu Miguel Frasquilho que terminou com um “pedido de desculpas” aos clientes afetados, e prometeu investimento para contrariar estes números.
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