Partilhareste artigo
O engenheiro Mike Eissele é o CTO da TeamViewer, empresa alemã conhecida pelas ferramentas de acesso remoto a computador presentes em mais 2,5 mil milhões de aparelhos, que está a abrir um novo centro tecnológico no Porto após a aquisição da portuguesa Hapibot Studio. Ao Dinheiro Vivo, o alemão Eissele admite que “se vive uma época entusiasmante para inovar no mundo do trabalho” e que, em certa medida, já é possível dizer “que ferramentas de realidade aumentada já estão a tornar as reuniões virtuais mais eficazes em partilha e interação entre os intervenientes, melhores do que reuniões presenciais”.
O plano para o Porto é ambicioso e prevê, nos próximos três anos, 200 novos colaboradores “para nos ajudar a inovar em novos produtos”, além dos 20 atuais da Hapibot – até ao final do ano vão triplicar a equipa.
E porquê o Porto? “Estamos em franco crescimento e queríamos um novo centro de investigação e desenvolvimento na Europa (pela questão dos fusos horários, regulação e também educação universitária) e o país (em concreto, o Porto) pareceu o sítio certo não só pelo talento que tem, mas porque a área tech está a crescer muito”.
A empresa consultou outras tecnológicas aqui e teve bom feedback e Eissele admite até que “Portugal se vai tornar num verdadeiro hub tecnológico para a Europa”. Sobre a Hapibot Studio, que desenvolve software para produtos e serviços online (que combinam arte e ciência) já com realidade aumentada e em aparelhos conectados (IoT), “era uma forma de entrar rápido no país já com uma equipa de talentos convincentes locais e o entusiasmo do Marcos Carvalho (CEO da Hapibot) pela inovação é contagiante”.
Subscrever newsletter
Produtos apostam em inovação e segurança
Uma das mais recentes ferramentas da TeamViewer é a LifeAR, que procura digitalizar o ambiente de trabalho, seja o local presencial onde estamos (podemos colocar objetos virtuais nele) ou a partilha do que fazemos no computador, para “dar um extra à experiência da videoconferência”. O foco principal são as empresas, mas o utilizador comum também pode utilizar.
Embora admita que os gigantes americanos dominam a área, Mike Eissele explica que a TeamViewer se tem destacado como “líder europeu em comunicações seguras” e elas podem passar por videoconferências ou acesso remoto ao computador; a distinção é “oferecer maior segurança e privacidade com todas as comunicações a serem totalmente encriptadas – nem nós conseguimos vê-las -, bem como fazer vários testes de penetração e permitir aos clientes fazê-los”.
Além disso, destaca as soluções personalizadas “à medida dos clientes empresariais”, que são mais de 550 mil. A regulação mais apertada europeia é vista com fator de diferenciação para a empresa e de maior confiança para os consumidores.
Trabalho em tablet
A pandemia e a aceleração digital e do trabalho remoto ajudaram a expandir o negócio e Eissele admite que, além da explosão de uso do software pelo qual a empresa é mais conhecida, de acesso remoto ao computador do trabalho e videoconferências, por exemplo, viu subir o uso de aparelhos móveis no trabalho: “Fez-se mais encontros virtuais por tablet e telefone, mas também houve ligação remota ao PC do trabalho com os aparelhos.”
Outra tendência a expandir são as tarefas de apoio técnico remotas. “Há cada vez mais usos que permitem reparar e reconfigurar por completo um PC de forma remota.” É em áreas como essas que o talento quer contratar em Portugal pode ajudar, além de “criar novas camadas de segurança e privacidade”. “Com cada vez mais sensores nos vários aparelhos, vamos poder expandir a colaboração em ferramentas remotas para novas áreas.”
Certo é que “ainda há muito para inovar na missão cada vez mais global de dar acesso rápido e melhorado à informação sem prejudicar privacidade e segurança”.
Deixe um comentário