//Tecnologia pode reduzir stress e desconexão dos trabalhadores

Tecnologia pode reduzir stress e desconexão dos trabalhadores

Os trabalhadores da linha da frente estão a sentir cada vez mais stress, estão mais desligados das empresas e garantem que o diálogo promovido pelas organizações tem sido ineficaz, de acordo com o mais recente Work Trend Index Special Report da Microsoft, intitulado “Technology Can Help Unlock a New Future for Frontline Workers”, divulgado a 12 de janeiro. Este documento, que dá voz aos problemas dos trabalhadores da linha da frente, tendo em conta os efeitos da pandemia nos últimos dois anos, propõe que ferramentas digitais podem ajudar a “desbloquear e reequilibrar os níveis de satisfação laboral.

O estudo da Microsoft indica que 58% dos trabalhadores da linha da frente acreditam que o nível de stress associado ao trabalho vai manter-se ou piorar em 2022. Questões como horários (45%), baixos salários (44%), longos dias de trabalho (41%), gestão das necessidades dos clientes (35%) e protocolos covid-19 (33%) estão na origem do stress. Isto coloca questões em torno da saúde mental e, por isso, 57% querem que as empresas tenham um papel ativo no no apoio à saúde mental e outros 60% desejam que as organizações assumam o combate contra o cansaço dos trabalhadores.

Acresce que 68% dos profissionais na linha da frente em cargos de gestão sentem-se desconectado da sua organização. Já 56% dos trabalhadores não-gestores da linha da frente afirmam que os seus líderes não procuram construir uma cultura de organização, sendo que outros 58% dos trabalhadores não gestores refere que o diálogo com a organização é ineficaz. A percentagem sobe para 69% no caso dos gestores da linha da frente, segundo o estudo que avaliou 9600 destes trabalhadores em oito setores (transportes, média, energia, retalho, serviços financeiros, saúde, turismo e manufatura), em oito países (Austrália, Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México, Reino Unido e Estados Unidos).

Perante estes dados, a Microsoft acredita que a solução passará pela tecnologia digital. É que apesar da exaustão e desconexão com a empresa, 56% diz estar “muito ligado aos colegas de trabalho”. A percentagem sobe para 68% no caso dos gestores.

Apesar da realidade, em Portugal, não ter sido observada neste estudo, será que estes dados têm respaldo por cá? “A aceleração na mudança dos modelos de trabalho que vivemos nos últimos dois anos teve impacto na experiência e satisfação geral dos trabalhadores e a inerente separação física e excesso de exposição digital trouxe maiores níveis de stress e ansiedade e sentimento de alguma perda de conexão com a cultura organizacional”, responde ao Dinheiro Vivo Joana Vasconcelos, modern work customer success lead na Microsoft Portugal.