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A visão de um gigantesco navio ao largo de Cascais, transportando lentamente quatro gruas a brilhar de novas, é no mínimo impressionante. A operação da Yilport Liscont, inédita em Lisboa, permitirá fazer chegar ao terminal de Alcântara, no dia de ano novo – já que só na maré baixa pode o navio subir o Tejo para o lado de cá da Ponte 25 de Abril em segurança, o que dá uma pequena noção das dimensões em causa -, as quatro enormes gruas elétricas com tecnologia de última geração.
Transportadas desde o porto de Oita (Japão) no cargueiro holandês Biglift Barentsz, as gruas produzidas pela japonesa Mitsui representam um investimento de 120 milhões da Yilport Liscont, que permitirá à gestora portuária que tem a concessão do Termina de Alcântara ali mover mercadorias com muito menor impacto ambiental. As quatro gruas de cais (Ship-to-Shore Cranes) fazem parte do ambicioso plano da concessionária para elevar os padrões de serviço às cargas de exportação e importação, iniciado em janeiro com a implementação de “um novo e avançado sistema operativo (Terminal Operating System – NAVIS)”, explica Diogo Marecos, administrador da Yilport Liscont.
As novas gruas com destino ao Terminal de Contentores de Alcântara chegaram hoje à área da estação de pilotos de Lisboa pelas 16.00 horas, materializado o investimento previsto no “aditamento ao contrato de concessão do direito de exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, celebrado no dia 16 de dezembro de 2021”. De acordo com informação dada pela Yilport ao Dinheiro Vivo, o novo equipamento portuário procede à “modernização e aumento da eficiência operacional do terminal portuário, introduzindo significativas melhorias ambientais, bem como um acréscimo de segurança das operações quer para os próprios trabalhadores quer para todos aqueles que diariamente prestam atividade no terminal”.
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As gruas novas (ao largo de Cascais) que chegam dia 1 ao Terminal de Contentores de Alcântara
© Yilport
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As gruas japonesas, de última geração, são elétricas, permitindo a movimentação de mercadorias com menores impactos, diminuindo as emissões de CO2 durante as operações. Dos planos de modernização da gestora portuária faz ainda parte a intervenção na área de pátio de contentores, permitindo já em 2022 a utilização das “também recentemente adquiridas seis gruas de parque (ARTG ou Automated Rubber Tired Gantry) no Terminal de Contentores de Alcântara, infraestrutura que serve a área da Grande Lisboa, abastecendo quer a indústria quer uma população de mais de 2 milhões de pessoas com bens alimentares, de saúde e de consumo, que passará a integrar os terminais Ibéricos com equipamento para a “movimentação de carga contentorizada mais moderno, e mais sustentável”.
De acordo com a empresa, as novas gruas permitirão “um alcance de 22 fiadas de contentores a bordo dos navios, estando vocacionadas para operar os Ultra-Large Containers Ships, também denominados Super Post Panamax, e inseridos nas principais rotas marítimas intercontinentais, assim como os navios de última geração”.
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