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Nos três meses de verão deste ano, comparando com 2019 (ano anterior à pandemia de covid-19), o TheFork, plataforma de reserva de restaurantes online duplicou as receitas em Portugal. O crescimento este ano naquele período atingiu os 100%. Em junho, cresceram 85%, em julho 100% e em agosto 113%. A aplicação conta com 2830 restaurantes aderentes no país e 60 mil no mundo. Itália, França, Espanha, Portugal e Suíça são os cinco países onde a app é mais utilizada.
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Portugal tem proporcionalmente os melhores resultados na app em termos de reservas. “O mercado português está a ter um desempenho excecional e é agora o melhor mercado entre os 12 países onde a aplicação está presente”, diz o CEO do TheFork em Portugal e Espanha, Sérgio Sequeira, em conversa com o Dinheiro Vivo.
Questionado acerca da faturação deste ano, não respondeu, mas adiantou que estão a crescer mais 90% desde janeiro. Face a 2019, o aumento do volume de negócios é de 80%. “Nos meses de janeiro e fevereiro crescemos mais lentamente, porque estava um período estranho, ainda devido à covid-19”, afirma o gestor.
O negócio resulta em 95% de reservas nos restaurantes. “Na altura da covid-19, não era possível realizar refeições nos estabelecimentos. Tivemos um impacto negativo com os restaurantes fechados”. Durante algum tempo, a app não obteve receitas. Mas houve ajudas vindas de fora. “O TripAdvisor apoiou muito a empresa e ajudou os trabalhadores durante este período conturbado.”
As reservas no país estão separadas em marcações por desconto e sem desconto. “Há uma grande variação, de acordo com os meses, porque há alturas em que a plataforma faz festivais com descontos de 50%”, explica o responsável. As reservas com desconto representaram 24% das reservas feitas no país, de acordo com os dados referentes ao trimestre de verão.
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No garfo dos portugueses
Quem reserva mais nos restaurantes são os turistas portugueses, que representaram 61% ao longo do verão. No mês de agosto deste ano, “o melhor mês de sempre”, a plataforma sentou 650 mil portugueses dentro dos 2830 restaurantes aderentes (os turistas representam cerca de 40%). Em média, a plataforma senta três pessoas por reserva. E em cada restaurante sentam-se 230 pessoas por mês. Fazendo as contas, dá cerca de oito pessoas por dia nos espaços.
Empresa quer ter na aplicação mais de três mil restaurantes em Portugal até ao final do ano. Em 2023 será possível fazer pagamentos através do TheFork Pay.
Em termos de preferências gastronómicas, os portugueses comem mais fora em restaurantes de cozinha nacional, com 25% da escolhas, “sem surpresas”. Segue-se a japonesa, com 9% das reservas e depois a mediterrânica e europeia. O número de restaurantes por tipo de cozinha, em Portugal, tendo em conta que há mais de 30 diferentes, são a portuguesa, com 38,9% (1100 restaurantes), europeia com 10,2% (290 restaurantes e a mediterrânica (8,6%), que tem 242 restaurantes. Já com menos espaços, há a cozinha internacional (7,5% e 213 restaurantes) e a japonesa (6,5% e 184 espaços).
Os restaurantes TheFork têm valores de preço médio em Lisboa, no Porto e no Funchal, entre 12 e 20 euros. Já fora das duas cidades e da Madeira, o preço, no mínimo, é de dez euros. A maioria dos portugueses opta por restaurantes na faixa de 25 euros por pessoa.
Petiscar novidades
A plataforma procura sempre angariar mais restaurantes para continuar no bucho dos portugueses. Normalmente, entram entre 50 a 60 restaurantes por mês na aplicação. Até ao fim do ano, “a ambição é ultrapassar os três mil restaurantes em Portugal”, reforça Sérgio Sequeira.
Há novidades: em 2023, adeus à papelada. Vai ser possível realizar no país pagamentos nos restaurantes através da app. Para se usar este serviço, o TheFork Pay, basta ter o cartão de crédito na aplicação e quem pagar com este sistema, tem um benefício. Qual? Ganha mais pontos na app para descontar nas refeições, os “yummis”. A funcionalidade já está presente em três países da Europa: Espanha, França e Itália.
O country manager do TheFork, Sérgio Sequeira, é licenciado em Engenharia e passou pelo setor das telecomunicações onde trabalhou durante dez anos. Também esteve na empresa Best Tables (startup portuguesa com um negócio idêntico ao TheFork que marcou presença no Brasil e, mais tarde, foi comprada pela TripAdvisor). No ano passado, o responsável assumiu o cargo de diretor do TheFork na Península Ibérica.
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