//“Todas as pessoas que trabalham para o Lidl recebem mais dinheiro no próximo ano”

“Todas as pessoas que trabalham para o Lidl recebem mais dinheiro no próximo ano”

O Lidl está a “preparar-se para tempos difíceis”, admite Alexander Frech, o CEO do Lidl. Precisamente um ano depois de ter assumido a liderança da cadeia de retalho alimentar rebenta uma pandemia e o país entra em confinamento e a economia começa a derrapar com impacto no rendimento das famílias. As medidas mais recentes para conter a propagação do novo coronavírus também não passaram ao lado da cadeia alemã que viu os supermercados fechar no passado fim de semana a partir das 13h. Este sábado o cenário repete-se, mas agora em 191 concelhos.

A cadeia tem, no entanto, neste período de crise ganho quota de mercado. Foi de resto, a única, juntamente com o Intermarché, a reforçar a sua fatia até agosto. Fruto da aposta na expansão da rede de lojas e num sortido cada vez mais português, acredita Alexander Frech, na sua primeira entrevista desde que assumiu a liderança do Lidl em Portugal.

Neste ano fiscal de 2020 – que termina em fevereiro -, contam investir entre 150 a 180 milhões de euros e intervir, com remodelações e aberturas, em 24 lojas. Quatro, pelo menos, são novas lojas, a próxima é já em dezembro, em Braga, E, num momento de crise, avançou com medidas para garantir que, no próximo ano, os 7500 trabalhadores, nas mais de 250 lojas e vários centros logísticos, vão ter aumentos salariais.

“Em 2021, o próximo ano, metade da nossa equipa irá receber um aumento automático”, nos próximos dois anos, adianta. Ou seja, um salto dos atuais 670 euros (brutos) de salário de entrada para 820 euros. E quem está nesse patamar de salário vai receber mais 50 euros, um aumento de 6% no salário bruto. “Acaba por ser uma situação onde ganham todos, quem entra e quem está connosco já alguns anos”, justifica. “Para os colaboradores de outras categorias profissionais, que neste ano fiscal estão no último escalão, recebem um bónus de 3% do seu salário anual bruto também em janeiro. “

“Estamos cientes de que não sabemos o que o futuro nos trará, mas sabemos que muitas famílias terão um desafio e queremos apoiar. As pessoas estão a apoiar-nos para satisfazer os clientes e nós estamos a apoiar as nossas pessoas para viver nestas atuais circunstâncias”, reforça o CEO, 39 anos, casado, dois filhos, a mais nova nascida já em Portugal.

Medidas num momento em que a situação da economia torna a discussão em torno do aumento do salário mínimo, previsto para o próximo ano, ainda mais acesa. “Não posso falar por outros, mas espero que a nossa abordagem seja um sinal para outras empresas, que tenham em essa possibilidade de fazer este tipo de investimento, que também o façam”.