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O grupo José Maria Vieira (JMV), dono da marca Torrié, está a investir 1,4 milhões de euros na remodelação e extensão da sua área de torrefação de café, valor que engloba a instalação de nova linha de cápsulas de alumínio, que acaba de lançar no mercado em dez referências distintas. A empresa, que tem sede em Gondomar, está, também, à procura de materiais alternativos, que sejam simultaneamente “tecnicamente eficientes e amigos do ambiente”, para as suas outras linhas. Gil Frias, diretor comercial da JMV, promete “novidades a breve trecho, numa gama diferente”, e mais não adianta.
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Com origens que remontam a 1962, o grupo JMV é hoje composto por sete empresas, sendo quatro unidades de distribuição alimentar, que operam em Portugal, Espanha, Canadá (na área de Toronto) e Estados Unidos (New Jersey e Nova Iorque), duas fábricas de café, a Torrié em Portugal e a Torrelsa em Espanha, além dos Vinhos Borges, que, fundados em 1884, operam em três regiões vitivinícolas nacionais e foram adquiridos pela José Maria Vieira em 1998. No total, o grupo dá trabalho a cerca de 400 pessoas e faturou, em 2022, cerca de 66 milhões de euros, um crescimento homólogo de 12%, que permitiu “recuperar a 100% os efeitos da pandemia, ultrapassando largamente as vendas de 2019”.
Só a Torrié, que torra 2,5 a três milhões de quilogramas de café ao ano, vendidos em grão, moído, pastilhas e em diferentes tipos de cápsulas, “compatíveis com a maioria dos equipamentos de extração existentes”, contribuiu com 22 milhões de euros, que faz chegar a 35 países distintos, da Europa à América, passando por Moçambique e Angola, mas também Tunísia, Malásia, Singapura, Omã ou Geórgia. As exportações valem 30% das vendas.
Para 2023, a meta da JMV é crescer 10% e tudo indica que lá chegará. “O ano começou com muitas dúvidas e receios, sobretudo em relação ao mercado nacional, mas, surpreendentemente, está muito dinâmico. Claro que o turismo não é alheio a essa dinâmica, mas mesmo o consumo doméstico ainda apresenta dados bastante positivos”, garante Gil Frias.
A nova linha de cápsulas 100% alumínio, destinadas a equipamentos Nespresso, é o terceiro modelo que a marca lança para este tipo de máquinas, nos últimos 15 anos, fazendo sucessivos upgrades de produto. A escolha do alumínio deve-se ao facto de ser um material 100% hermético, permitindo eliminar a embalagem flow-pack com azoto – dentro da qual, atualmente, as cápsulas são acondicionadas -, e com isto “reduzir significativamente a pegada de carbono” do produto. Além disso, refere o responsável de vendas da JMV, o alumínio tem a vantagem de ser “100% reciclável e eternamente reutilizável, sem adição de matéria-prima nova, o que faz com que o consumidor tenha interiorizado que causa menos danos ao ambiente”.
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Mas não foi essa a razão da aposta. O objetivo da Torrié é também diferenciar-se dos concorrentes, oferecendo origens e blends de café premium, mas trabalhados segundo o perfil da torra portuguesa. “Historicamente, o gosto do café português é a mistura do arábica, do Brasil, com o robusta de Angola, ambos cafés de baixa acidez”, explica este responsável. A nova linha permite aumentar a capacidade produtiva em mais 30 milhões de cápsulas ao ano, sendo que a Torrié estima que, em quatro anos, a máquina esteja a funcionar a 100%. Outras se poderão seguir.
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