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Os trabalhadores da Groundforce estão contra a privatização da TAP e pediram hoje, no Parlamento, que a transportadora se mantenha com gestão pública. A incerteza no processo de venda da empresa de handling à Menzies é um dos motivos que sustenta o apelo dos trabalhadores.
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“A compra [da Groundforce] pela NAS [empresa do Kuwait que comprou a Menzies] está a levantar muita expectativa, porque implica negociar um novo acordo de empresa o que pode significar um nível de precarização mais elevado. Achamos que com capital do Estado na Groundfoce pode ser feita uma defesa mais acérrima dos trabalhadores”, justificou o dirigente da Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling, Erasmo Vasconcelos, que se manifestou preocupado com o futuro da Groundforce. “A TAP representa 70% da receita da Groundfoce, é uma preocupação a privatização pois pode meter em causa o futuro da Groundforce como a conhecemos”, acrescentou.
Recorde-se que a National Aviation Services, única interessada na aquisição da Groundforce, comprou a Menzies Aviation tornando-se numa das maiores empresas em serviços de aviação do mundo. A venda de 50,1% das ações da Groundforce à Menzies deverá estar concluída em breve.
Também o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) criticou a venda da transportadora de bandeira a um privado. “O Sitava quer deixar claro que é frontalmente contra a privatização da TAP”, disse o dirigente Fernando Henriques no segundo e último dia de audições sobre a privatização da TAP, a pedido do PCP.
O sindicalista dirigiu críticas à gestão da empresa liderada por Christine Ourmières-Widener e lamentou que, apesar de a TAP “já ter atingido os níveis de operação de 2019” esteja a operar com menos “30% da força de trabalho” e com as condições do Acordo Temporário de Emergência, assinado em 2021, altura “em que se perspetivava uma recuperação apenas em 2025”.
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“Quem gere a TAP é Bruxelas ou são os carrascos dos senhores de Bruxelas? Qualquer coisa que se fala em fazer, Bruxelas não deixa. A TAP só tem autonomia para escolher frota automóvel e os escritórios para onde se vai”, criticou reiterando que o Sitava deseja um modelo para a TAP com o “Estado maioritário, com posição decisiva e determinante e com uma gestão orientada para o interesse do país”.
Este foi o segundo dia de audições na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação sobre a privatização da TAP. Recorde-se que ontem os sindicatos avançaram com uma ameaça de greve para as próximas semanas de forma a demonstrar o descontentamento com a política de gestão da transportadora.
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