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A maioria dos trabalhadores portugueses – 68% – prioriza o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, enquanto 34% dos profissionais nacionais tem a expetativa de receber ajuda, por parte dos patrões para ajudar no aumento do custo de vida. Os dados são do Workmonitor 2023, da Randstad, que revela, ainda, que praticamente 80% dos trabalhadores mais velhos acreditam que a sua idade da reforma está cada vez mais longe, devido à sua situação financeira atual. E cerca de 22% diz mesmo precisar manter-se empregado e atrasar idade de aposentação.
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Paralelamente, e a nível global, cresce a preocupação face à incerteza económica que se vive no planeta, revela o documento, que analisa o mundo do trabalho, e que foi elaborado com a participação de 35 mil profissionais, de 34 países.
A nível nacional, quase 31% dos inquiridos diz que recebe ajuda por parte dos empregadores para fazer face ao aumento do custo de vida e 52,2% declara que gostaria de vir a receber esses auxílios. Já 27,3% diz que teria interesse em receber um subsídio de ajuda de custos.
A possibilidade de ficar desempregado preocupa 48,1% dos participantes portugueses (o valor cresce para 52% a nível global) e 66,8% declara mesmo não enveredar por um novo trabalho que não lhe ofereça estabilidade.
“No entanto, enquanto 63,8% dos portugueses receiam que a incerteza económica afete a estabilidade do seu trabalho, em termos globais a percentagem desce para perto de metade (37%)”, refere a Randstad, em comunicado.
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Flexibilidade é palavra de ordem
Enquanto 68% dos profissionais portugueses garantem que não aceitariam um trabalho que não permitisse o equilíbrio entre a profissão e a vida pessoal, também há 35,2% dos participantes nacionais no Workmonitor que declaram já ter desistido de um emprego por não o conseguir conciliar com a vida pessoal.
Para além da flexibilidade, o sentimento de integração no emprego é importante para 43,6% dos portugueses, que garantem demitir-se caso não se sintam adaptados.
“Em Portugal, 40,8% dos profissionais não aceitaria um emprego que não se alinhasse com os seus valores sociais e a percentagem aumenta (87,9%) quando se questiona qual a importância e os valores dos empregadores, sendo que 33,7% dos profissionais afirma já se ter demitido por se encontrar num ambiente de trabalho tóxico”, revela o estudo.
Perante estes indicadores, o CEO da Randstad Portugal afirma que, “hoje mais do que nunca, os empregadores precisam de acompanhar os interesses e preocupações dos profissionais. Apoiar o crescente aumento do custo de vida está a tornar-se uma forma diferenciadora de cativar e reter talento”. Miguel Leonardo acrescenta ainda que, com a mesma ordem de importância, “os profissionais continuam a procurar um emprego flexível, estável e que esteja alinhado com seus próprios valores”.
Já para Mariana Canto e Castro, a diretora de Recursos Humanos da Randstad Portugal, “as empresas que apoiam os seus colaboradores em condições económicas mais difíceis, serão com certeza as que conseguirão reter profissionais quando os tempos forem mais fáceis”.
E, alerta para o facto de as empresas deverem criar um local de trabalho feliz, inclusivo e inspirador, “para transmitir um sentimento de pertença aos seus colaboradores”, dando ouvidos às suas opiniões e respeitando os seus valores.
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