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O tráfego de encomendas registou, no primeiro semestre deste ano, um aumento de 28,9% o maior desde 2013, revelou esta terça-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
A subida do tráfego de encomendas contrasta com os decréscimos observados nos tráfegos de correspondências, de correio editorial e de publicidade endereçada que observaram quebras de, respetivamente, 4%, 3% e 5,2%, segundo os dados estatísticos divulgados pelo regulador do setor.
“No final do 1.º semestre, as correspondências representavam 74,7% do tráfego postal, enquanto o correio editorial e a publicidade endereçada representavam 7,4% e 6,4% respetivamente”, indica a mesma informação.
Já o peso das encomendas no total do tráfego situou-se nos 11,6%, mais 2,7 pontos percentuais do que no mesmo período de 2020, e o valor mais elevado registado até ao momento.
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A Anacom refere ainda que, em termos de receitas, as encomendas passaram a representar 41,6%, mais 5,6 pontos percentuais do que no semestre homólogo.
Os mesmos dados mostram que os serviços postais compreendidos no âmbito do serviço universal (SU) representaram cerca de 81,5% do tráfego e 52,2% das receitas no período considerado, sendo que o tráfego de SU desceu 3,8% e o seu peso no total do tráfego diminuiu 2,3 pontos percentuais em comparação com igual período do ano anterior.
As receitas do SU aumentaram 6,6%, embora o seu peso no total tenha diminuído 5,4 pontos percentuais.
Os dados dão conta, refere a Anacom, da “contração significativa do tráfego postal” causada pela pandemia de covid-19, sendo a contração homóloga de 1,1% registada no 1.º semestre de 2021 resultado do facto de o maior impacto já ter sido sentido no primeiro semestre de 2020 — quando o país enfrentou o primeiro confinamento geral.
“No período em análise, o impacto estimado da pandemia no tráfego postal foi de -9%. Estima-se que, caso não tivesse ocorrido, o tráfego postal teria diminuído 4,7%”, detalha a Anacom, sinalizando que, apesar de os efeitos da pandemia ainda se fazerem sentir, “com a eliminação gradual das restrições à circulação o tráfego postal parece ter iniciado um processo de recuperação do choque provocado pela pandemia, o que, no entanto, deverá ser confirmado nos próximos trimestres”.
As receitas geradas pela prestação de serviços postais totalizaram cerca de 345,2 milhões de euros, mais 17,8% do que no período homólogo, sendo este o crescimento mais elevado desde que estes dados são recolhidos (2012).
Segundo os dados hoje divulgados, a “receita média por objeto aumentou 19,1% face ao semestre homólogo, em resultado, nomeadamente, do aumento de preços promovido pelos CTT — Correios de Portugal (CTT) em 01 de junho de 2020 e do aumento do peso das encomendas”.
No final do primeiro semestre, o grupo CTT dispunha de uma quota de cerca de 85,5% do tráfego postal, menos 1,1 pontos percentuais do que no 1.º semestre de 2020.
“Relativamente ao tráfego abrangido pelos limites do SU, o grupo CTT detinha uma quota de cerca de 90,1%, menos 0,5 pontos percentuais do que no mesmo período do ano anterior. Trata-se do valor mais reduzido de sempre.
Em contrapartida, a quota de encomendas do Grupo CTT atingiu 49,9%, mais 1,5 pontos percentuais do que no mesmo período do ano anterior”, refere a Anacom.
No período em análise o número de estações de correio dos CTT aumentou 2,7% em relação ao semestre homólogo, enquanto o número de postos de correios diminuiu 2,2%.
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