Pelo terceiro ano consecutivo, houve mais espectáculos tauromáquicos e o número de pessoas a assistir voltou a crescer. Isto numa altura em que o governo volta a tentar subir o IVA da tauromaquia dos 6% que atribui aos restantes atos e manifestações culturais para os 23% – projeto chumbado no ano passado pelo parlamento, com os votos do PSD, CDS e PCP e um projeto apresentado pelo PS contra o próprio governo liderado por António Costa.
Durante o ano de 2o19, mais de 469 mil pessoas assistiram aos 207 espetáculos tauromáquicos o que representa uma subida de 7% face a 2018 e se traduz no número de espectadores mais elevado dos últimos cinco anos. Para a PróToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia, que avança os valores, este crescimento traduz “uma demonstração inequívoca da força desta atividade cultural no país”, com as ganadarias portuguesas a contribuir positivamente para a balança comercial de bens e serviços, com 450 toiros exportados e apenas 15 importados.
Em média, cada corrida de toiros contou com 2793 pessoas na assistência, o que representa um acréscimo de 442 face à média dos últimos 20 anos, especifica a instituição, que recolheu os números da Associação Nacional de Toureiros e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide – “mais representativos do que os oficiais”, uma vez que os dados da Inspeção-Geral das Atividades Culturais só contam com Portugal continental e deixam de fora eventos especiais muito concorridos como Barrancos, os recortadores ou demonstrações de toureio.
De acordo com a PróToiro, realizaram-se no último ano cerca de “mil eventos de tauromaquia popular (atividades de rua como largadas, touradas à corda, capeias…) estimando-se que tenham envolvido mais de 2 milhões de pessoas”, o que espelha a “vitalidade da Tauromaquia em Portugal”. Dúvidas restassem, os resultados obtidos na transmissão televisiva de quatro corridas (três na RTP e uma na TVI) confirmam essa tendência de crescimento, com uma média acumulada de 1 milhão e 800 mil telespectadores.
“Após três anos de crescimento, a retoma do setor é já uma realidade. Trata-se de um setor cultural socialmente responsável, promotor da biodiversidade e da mitigação das alterações climáticas, gerador de riqueza e emprego, sendo uma das expressões únicas da cultura portuguesa”, afirma Hélder Milheiro, secretário-geral da PróToiro, sublinhando que esta foi a resposta aos “ataques de alguns partidos contra a tauromaquia: ir às praças de norte a sul. Uma resposta clara de afirmação da liberdade e respeito dada pelos portugueses, em defesa da nossa cultura, que deveria ser entendida pelo governo.”
Albufeira foi uma vez mais a cidade com mais espetáculos (25), seguida de Lisboa (14) e Vila Franca de Xira (11), enquanto as maiores taxas de ocupação em corridas foram na região do Centro (75%), Alentejo (72%) e Norte (68%). “De norte a sul e nas ilhas houve espetáculos tauromáquicos em todos os distritos, com exceção para Aveiro, Braga e Vila Real”, acrescenta a federação, com as corridas a norte quase com lotação esgotada (Viseu e Porto) num ano em que mais três jovens cavaleiros tomaram alternativa (António Prates, Nelson Lima e João Soller Garcia).
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